segunda-feira, 30 de abril de 2012

Jornal do Politicamente Correto


Essa é a primeira esquete que escrevo para O Que Tem Pra Hoje a ser filmada e a ir ao ar. Uma anterior bateu na trave das dificuldades de produção, mas essa foi que foi.

Ela nasceu bem diferente do que está no site oficial, página do Facebook, seção de vídeos da Toró Na Cuca e logo aí embaixo. Gosto muito do Monty Python (até escrevi uma resenha sobre o Monty Python’s Flying Circus publicada no Delfos). Talvez por isso ela tenha começado tão ao estilo da “inquisição espanhola”.

Na reunião de roteiros, acabou sendo destrinchada pela equipe de escritores, foi perdendo partes pelo caminho. No fim das contas, o Paulo “Magal” Leierer, vulgo Magalhães, que é quem dá a palavra final nesse negócio, junto de Jean Di Barros, o Borges, gostou da ideia de manter a parte do jornal, que originalmente era mero pano de fundo, e transportá-la para o primeiro plano, transformando-a na essência do quadro.

Mexer e remexer nesse roteiro foi uma experiência interessante, que fazia algum tempo que eu não tinha. Ultimamente meus outros textos (romances, contos, episódios do Capangas Contratados, posts do blog, etc... A exceção neste caso são as matérias para o Delfos) eram escritos sem a necessidade imediata de agradar ninguém que não a mim mesmo num primeiro momento (agradar também aos outros era consequência). Quanto menos alguém com poder de veto. Ter que fazer algo “por encomenda”, seguindo orientações específicas, e tendo que agradar não a si mesmo, mas a outra (s) pessoa (s) primeiramente é um bom exercício contra a autoindulgência.

Faz bem ao escritor ter que rebolar um pouco, quebrar a cabeça e tentar imaginar o que – e como – agrada a alguém de gostos não necessariamente similares aos seus. Faz bem operar fora do domínio do egocentrismo e ver que ainda é capaz de produzir sob demanda. Se rolar umas risadas durante o processo, tanto melhor.

Sem mais delongas, dê o play aí embaixo e, espero, divirta-se.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Gosto de Remédio também entra na reta final


Assim como Capangas Contratados, a Sitcom Literária de Jean Di Barros, Gosto de Remédio, também entra em seus momentos finais de temporada. O último arco da história, dividido em cinco partes, começa a ser publicado já na segunda-feira, vulgo 30 de abril.

Eu já li e garanto: a temporada será concluída com todo o bom humor falastrão e com um quê de Kevin Smith que você encontra por toda a série, contudo, de uma maneira ainda mais épica. Infelizmente não posso falar mais para não dar spoiler, mas acredite, vale a pena acompanhar. Afinal, quando foi que eu menti pra você?

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O Incrível Hulk

Nota: aproveitando o lançamento de Os Vingadores – The Avengers, resolvi desenterrar duas resenhas de filmes de personagens que estão no longa, escritas à época de seu lançamento e antes publicadas apenas em meu TCC do curso de jornalismo. Considere um miniespecial Vingadores. Ou considere preguiça de produzir material novo e picaretagem por reciclar velharias, tanto faz.


Indo direto ao ponto: O Incrível Hulk é uma nova tentativa da Marvel de emplacar uma franquia bem sucedida do Golias Esmeralda nos cinemas. Hulk (2003), de Ang Lee, não atingiu uma performance satisfatória nas bilheterias na visão dos executivos (ainda que não se possa chamá-lo de fracasso comercial) e não agradou aos fãs dos quadrinhos.
         
Portanto, a missão deste O Incrível Hulk é ganhar mais verdinhas, deixar os fanboys contentes e, espera-se, com isso gerar mais continuações. A fórmula para tanto é distanciar-se do exemplar de 2003, considerando o novo filme não uma continuação, mas um recomeço para a cinessérie, focado mais na ação estilo “Hulk esmaga” dos quadrinhos e mais na série de TV tipo “homem solitário” dos anos 70 do que no lado psicanalítico da obra de Ang Lee.
         
Sendo bem sincero, eu nunca fui fã do Hulk. Nunca achei muita graça no personagem e as poucas histórias que li, não gostei. Talvez por isso até hoje não tenha uma opinião totalmente formada a respeito da película anterior. Há coisas muito boas, como a edição espertíssima com divisões de quadros e elipses variadas tentando dar a sensação de painéis de um gibi e o próprio foco mais no desenvolvimento psicológico do protagonista e a exploração de seus traumas de infância, tornando-o um filme de HQs mais intelectual do que puramente um show de efeitos especiais. No entanto, como já disse antes, o personagem não me diz nada e o final (a desnecessária luta contra seu pai) eu achei uma porcaria.
         
Já o novo filme opta claramente pela fórmula do blockbuster, privilegiando a pancadaria ao desenvolvimento da história. Assim, ganha no quesito adrenalina e perde em coragem, pois ao menos Ang Lee tentou fazer algo diferente.
         
O longa de Louis Leterrier abre com Bruce Banner (Edward Norton) refugiado na favela da Rocinha (!). Lá, o sujeito trabalha numa fábrica de guaraná (!!) enquanto se corresponde via Internet com outro cientista, na esperança de juntos encontrarem uma solução para seu problema grande, verde e furioso. Mas, claro, o exército dos EUA, sob o comando do General Ross (William Hurt), continua em seu encalço para usar seu alter ego monstruoso como arma. Nessas, Bruce terá de fugir dos fardados e seu principal operativo, Emil Blonsky (Tim Roth), reencontrará sua amada Betty Ross (Liv Tyler) e descobrirá um oponente a altura quando Blonsky se transforma no Abominável, uma criatura maior, mais forte e mais feia que o Hulk.
         
Como você pode ver pelo parágrafo acima, é bem formulaico, e justamente por se contentar em seguir uma receita repetida à exaustão, o resultado final é bem meia boca. Mas tomemos um tempo para analisar os principais aspectos da película.
         
Para começar, as cenas da Rocinha (na realidade filmadas em outra favela, a Tavares Bastos) são bacanas e muito bem filmadas, mas não dá para entender porque puseram dois gringos para interpretar brasileiros. Totalmente bizarro, já que temos um dos irmãos Gracie (honestamente, não sei qual, são tantos) como seu instrutor de autocontrole e a atriz Débora Nascimento como sua colega na fábrica.

E aí, como o chefe de Bruce e o bully responsável por sua primeira transformação em Hulk na película, dois americanos! O primeiro claramente decorou suas falas foneticamente, sem fazer a menor ideia do significado. Resultado: um sotaque grotesco. O segundo é ainda mais absurdo, pois o cara foi dublado! A história que rola é que esse sujeito falava num português tão incompreensível que a própria Paramount brasileira dublou o mané para não passar mais vergonha.

Enfim, no campo das atuações, Edward Norton está bem como sempre (e até arrisca um português), assim como os outros atores principais, mas convenhamos, até por preferir a ação à construção de personagens, esse não é o tipo de filme que exige grandes performances de seus intérpretes.

Os efeitos especiais, como sempre em produções desse tipo, estão muito bons, com o Hulk numa tonalidade de verde mais escuro, um corpo cheio de estrias e sem variar no tamanho como no do filme anterior. Ah, ele também não salta mais longas distâncias, provavelmente para conferir uma sensação de peso ao personagem, que tanto faltou à sua outra encarnação. Na minha opinião, deu na mesma e essa sensação permanece, ainda que o visual novo seja mais ameaçador e mais parecido com os quadrinhos que o antigo.
         
Quanto às cenas de ação, acontece algo bizarro aqui. Como já disse antes, a ideia de O Incrível Hulk é focar mais nelas. Então como explicar que ele tenha exatamente a mesma quantidade de cenas adrenalinescas que seu antecessor? São basicamente três: a perseguição na fábrica (onde o Hulk fica o tempo todo nas sombras), o combate contra o exército no parque e a luta com o Abominável no clímax. É pouco para um filme que se escora na base da porrada.
         
E já que falei no Abominável, outro ponto fraco é a motivação de Emil Blonsky. OK, no começo é explicado que ele se submete ao tratamento experimental do exército para poder corresponder fisicamente a uma batalha contra o Hulk. Mas daí a querer se transformar deliberadamente num monstro como Banner já é algo incompreensível e acreditar nisso é pedir demais.
         
No mais, os fãs poderão sacar muitas referências, principalmente ao universo Marvel que está se formando no cinema com os heróis habitando o mesmo mundo. Há logos da S.H.I.E.L.D. espalhados nas cenas, os armamentos do exército são das Indústrias Stark e o próprio Tony Stark (Robert Downey Jr.) aparece numa ponta aquecendo os motores para o futuro filme dos Vingadores. Já a respeito do Capitão América, já vou logo avisando, ele não aparece e a única referência feita a ele é a de um certo soro do supersoldado.
         
Posto isso, O Incrível Hulk é satisfatório, mas fica abaixo dos filmes recentes dos heróis Marvel, como um Homem de Ferro, por exemplo. Ao seguir uma fórmula na tentativa de agradar mais gente, foi covarde e não se arriscou. E por essas e outras, acho que finalmente formo uma opinião definitiva e fico mesmo é com o Hulk de Ang Lee. Pode não ser perfeito, mas pelo menos tentou sair do lugar comum.

(The Incredible Hulk – EUA – 2008 / Ação/Ficção Científica – 114 minutos / Diretor: Louis Leterrier – Elenco: Edward Norton, Liv Tyler, Tim Roth, Tim Blake Nelson e William Hurt.)

quarta-feira, 25 de abril de 2012

terça-feira, 24 de abril de 2012

Homem de Ferro

Nota: aproveitando o lançamento de Os Vingadores – The Avengers, resolvi desenterrar duas resenhas de filmes de personagens que estão no longa, escritas à época de seu lançamento e antes publicadas apenas em meu TCC do curso de jornalismo. Considere um miniespecial Vingadores. Ou considere preguiça de produzir material novo e picaretagem por reciclar velharias, tanto faz. A outra resenha será publicada na quinta.


O Homem de Ferro nunca foi um dos meus personagens de HQs favoritos. Tirando sua versão Ultimate, que é realmente bem legal, o “ferroso” da cronologia Marvel normal nunca me chamou muita atenção, e, portanto, li poucas histórias dele. Contudo, sua transposição para o cinema era um dos filmes mais aguardados por mim este ano, visto que as prévias que andavam circulando meses antes de seu lançamento prometiam um grande espetáculo de ação e efeitos visuais, além de mostrar que o protagonista, em sua versão de carne e osso (e metal) poderia ser mais interessante que sua contraparte de papel.
         
E acontece que Homem de Ferro, o filme, vai por esse caminho mesmo. O espetáculo visual está lá. As vertiginosas cenas de ação também. Mas a alma do filme é a construção de seu personagem principal. E não falo do Homem de Ferro, e sim da pessoa por trás da armadura, Tony Stark. Como a maioria dos filmes de super-heróis recentes (X-Men, Homem-Aranha, Batman Begins), este também conta uma história de origens. E este é o ponto alto da produção.
         
Tony Stark (Robert Downey Jr.) é o maior fabricante de armas do mundo. Com um intelecto brilhante, usa sua capacidade criativa para desenvolver armamentos fornecidos ao exército dos EUA e não se incomoda em ser chamado pela imprensa de “mercador da morte”. Durante uma visita ao Afeganistão, onde foi apresentar um novo tipo de míssil, acaba sendo atacado e capturado por terroristas que, ironia das ironias, usam as suas armas.
         
No cativeiro, é forçado a construir o tal míssil para os terroristas usarem, mas acaba montando uma armadura que lhe permite escapar e, após essa experiência onde viu o estrago que suas armas causam, retorna aos EUA e decide sair da indústria armamentista, deixando seu sócio Obadiah Stane (um irreconhecível Jeff Bridges, careca e barbudo) muito contrariado. Creio que aí já dá para adivinhar o que acontece. Ah, sim, Stark passa a aprimorar sua armadura, para tentar corrigir um pouco do mal que causou ao mundo.
         
Por falar em armadura, todos os três modelos do Homem de Ferro que aparecem, bem como o enorme traje do Monge de Ferro (o vilão da vez) são muito bem feitos e extremamente realistas. As cenas de ação são bem orquestradas e garantem a dose de adrenalina de quem vai ao cinema, ainda que ao final sejam poucas tais sequências. O combate entre o Monge de Ferro e o Homem de Ferro, clímax do filme, por exemplo, poderia ser um pouco mais longo.
         
Mas como disse antes, a força da película não está na pancadaria, e sim em seu personagem principal, e, sobretudo em quem o interpreta. Robert Downey Jr., além da enorme semelhança física com a versão em quadrinhos de Tony Stark, parece ter nascido para interpretar o personagem. Ele transforma um sujeito playboy, beberrão e irresponsável numa figura simpática e muito divertida. É a melhor performance do ator desde Chaplin, em 1992.
         
Méritos também para o diretor Jon Favreau, que privilegia os diálogos bem construídos e injeta bem-vindas doses de humor à narrativa (os primeiros testes de voo da nova armadura são hilários). Vale lembrar, ele não é estranho ao universo de transposições de quadrinhos para o cinema, tendo interpretado Foggy Nelson, o sócio de Matt Murdock, em Demolidor – O Homem Sem Medo (2003), e aqui, além da direção segura também assume um papel coadjuvante como Happy Hogan, o motorista de Tony Stark.
         
Completam o elenco Gwyneth Paltrow como Pepper Potts, a secretária de Stark, e Terrence Howard como James Rhodes, melhor amigo e contato de Tony no exército. Vale lembrar, nos quadrinhos Rhodes chegou a assumir a armadura de Homem de Ferro por uns tempos e depois assumiu a identidade de Máquina de Combate, algo que pode acontecer em prováveis continuações.
         
No quesito adaptação, não há muito a declarar. O filme é bem fiel aos quadrinhos, fazendo alterações mínimas para atualizar as origens do personagem. Por exemplo, sai a Guerra do Vietnã e entra o Afeganistão. E a própria armadura Mark III (o modelo mais avançado, dourado e vermelho) é idêntica a que Tony usa atualmente nas páginas de sua revista.
         
O único ponto fraco da película (descontando-se a não tão negativa escassez de cenas de ação, já mencionada anteriormente) é a mensagem “os estadunidenses são bonzinhos e só eles podem ter armas”. Note que quando Stark anuncia que sua companhia vai se retirar do ramo armamentício, ele é contrariado por Obadiah Stane, que ignora suas ordens e continua a fabricar armas. Stark não faz nada. Ele só se enfeza mesmo quando descobre que seus armamentos continuam sendo usados por terroristas árabes. Só aí ele toma alguma atitude. Essa hipocrisia arranha um pouco do brilho do filme, sobretudo para quem não nasceu nos USA. Matar pessoas tudo bem, mas quando a pessoa é norte-americana é caso de vestir uma armadura high tech e sair por aí distribuindo bordoadas? Ah, fala sério!
         
Mesmo com esse grande “porém”, Homem de Ferro ainda está acima da média no gênero adaptações de HQs e tem tudo para ser mais uma grande franquia cinematográfica. Material para continuações é o que não falta. Ah, antes que eu me esqueça, não saia antes de terminar os créditos finais. Há uma surpresinha escondida. E, acredite em mim, vale a pena esperar por ela.

(Iron Man – EUA – 2008 / Ação/Ficção Científica – 126 minutos / Diretor: Jon Favreau – Elenco: Robert Downey Jr., Terrence Howard, Jeff Bridges, Gwyneth Paltrow, Jon Favreau.)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Os Vingadores – The Avengers


Um dos filmes pelos quais estava mais ansioso por assistir esse ano. Como fã de quadrinhos (embora hoje eu quase não acompanhe mais as revistas da Marvel), torcia muito para que essa transposição do universo Marvel para os cinemas, iniciada com o primeiro Homem de Ferro, desse certo.

Todo esse planejamento culminaria no filme dos Vingadores, juntando todos os heróis dos filmes da Marvel Studios para o que prometia ser uma aventura épica para realizar os sonhos de qualquer fã. Conseguiu. Agora só me resta imaginar como seria um filme da Liga da Justiça se a dobradinha DC/Warner tivesse a mesma competência na tela grande que o pessoal da concorrente...

No elenco de Os Vingadores – The Avengers, uma galera: Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Chris Evans, Samuel L. Jackson, Tom Hiddleston, Mark Ruffalo, Gwyneth Paltrow, Stellan Skarsgard, Clark Gregg e Cobie Smulders.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Capangas Contratados entra na reta final


Pois é, está acabando. A partir de quarta que vem (dia 25), Capangas Contratados entra em seu último arco narrativo, dividido em seis partes, com o sugestivo nome de Jogada de Asno, que culminará no final desta temporada da Sitcom.

É o maior arco, o mais elaborado, o mais exagerado, o mais explosivo. O mais tudo, afinal, não faz mal a ninguém encerrar uma história de forma grandiosa.

Aviso dado, agora é só acompanhar a última história da temporada para saber o que acontecerá com os Capangas e se sobrará alguém vivo no final desta história!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Diário de um Jornalista Bêbado


Baseado no primeiro romance do Dr. Hunter S. Thompson (o qual não li, mas o Jean Di Barros leu e fez uma excelente resenha aqui), confesso que esperava algo piradão na linha de Medo e Delírio e me surpreendi com um filme até bastante comportado, porém bem simpático de um modo geral.

Johnny Depp volta a encarnar o alter ego de Thompson, desta vez chamado Paul Kemp. Completam o elenco Aaron Eckhart, Amber Heard, Richard Jenkins, Giovanni Ribisi e Amaury Nolasco.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Capangas Contratados – Episódio 20

Temos aqui mais um episódio especial. Primeiro porque os três capangas não aparecem nele. Mas nada de exaltações, embora não estejam presentes fisicamente, sua presença é fortemente sentida por todo o capítulo. E, segundo, pelo alto teor surrealista da história, mais um refrescante mudança de ares em meio ao caos dos episódios costumeiros. Bonito isso, não?

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Quando Clive Barker me encheu o saco


Alguns dias atrás terminei de ler Imajica, de Clive Barker, um épico de fantasia com toques de terror que se estende por 827 páginas. É o que podemos chamar de “um livro grande”. Depois dele, creio que ficarei um bom tempo longe dos trabalhos do escritor inglês. Até porque já cobri praticamente toda sua bibliografia e só sobraram livros destinados ao público infanto-juvenil para ler, o que não me atrai nem um honorável pouquinho.

Mas não é essa a questão aqui. Levei pouco mais de um mês para ler o livro, de segunda a sexta (finais de semana são reservados para a leitura de HQs!). Não tenho problemas com livros gigantes, nunca tive preguiça de encará-los. Mas para ter uma quantidade monstruosa de páginas, sempre acreditei ser preciso ter uma quantidade igualmente monstruosa de conteúdo. Não foi o caso.

Temos aqui um trio de personagens com destinos interligados, que descobrem a existência de um mundo fantástico cheio de maravilhas e também de horrores. Eles exploram estas novas terras, se envolvem em intrigas, perigos e blá-blá-blá. Se você conhece minimamente a literatura de fantasia, já sabe bem como a banda toca. O que não compreendo é como uma história básica dessas não podia ser explorada em, digamos, cerca de 400 páginas, metade de seu tamanho original. Era bem viável e a obra não perderia suas qualidades.

Mas Barker é um cara prolixo, a esmagadora maioria de seus romances tem de 500 páginas para mais. Ele gosta de desenvolver cada mínimo detalhe. E isso finalmente me torrou a paciência em Imajica. Ao criar essa narrativa ultradetalhada, Barker acaba inadvertidamente tirando uma das maiores graças da literatura: deixar elementos para serem preenchidos pela imaginação do leitor.

Eu gostaria de imaginar por mim mesmo ao menos como seriam algumas das criaturas que habitam o mundo criado por ele, mas ele não dá oportunidade, descrevendo em rigor de detalhes até a mais insignificante delas. Também não preciso saber o que todos os personagens estão pensando e sentindo a cada momento, é informação demais e muita coisa desnecessária.

Contribuiu para o meu enfastiamento o fato de ter lido o livro no inglês original (ele nunca foi publicado por aqui). A leitura se torna instantaneamente mais devagar e cansativa, por ser uma língua que, independente do quanto você domine, não é seu idioma original, e sempre vai exigir mais atenção e esforço. Esse elemento somado ao fator tamanho e, ao final da segunda semana, já estava contando as páginas para acabar logo, mesmo sabendo que mal havia chegado ainda na metade.

E quando você passa a maior parte do tempo torcendo para vencer logo as páginas ao invés de deixá-las transportá-lo para o universo proposto pelo autor, aí você sabe que há algo errado.

No penúltimo livro dele que li, O Jogo da Perdição, há um prefácio do autor onde ele explica que, antes de sentar para escrever este que é seu primeiro romance de terror, analisou o que estava na moda na literatura do gênero. Percebeu que a tendência eram livros longos e por isso decidiu que ia escrever um o maior que pudesse. Simples assim. O cara não tinha nem um fiapo de argumento ainda, mas já havia se decidido a, sozinho, dar uma grande ajuda à indústria da celulose. Creio que foi nesse momento que o encanto se perdeu e Imajica foi só a confirmação da inevitável decepção.

Compreensível que um autor estreante queira jogar pelas normas do mercado, não há demérito algum nisso, gente que escreve livros também precisa comer. Mas usar a forma pela forma, e não pelo que você realmente quer contar não é nada bacana, pra dizer o mínimo. Um exercício estético de vez em quando não faz a mal a ninguém, mas fazer disso toda uma carreira já é um pouco demais para mim.

Não consigo evitar a sensação de que se Clive fosse um novato hoje em dia, escreveria trilogias sobre vampiros fosforescentes porque é isso que está vendendo. Esse prefácio teve um efeito devastador sobre mim, perdi todo o respeito pelo cara, o que só se confirmou de vez com essa última leitura.

Eu o achava um escritor mais talentoso do que o assim chamado “mestre do gênero”, um tal de Stephen King. Para mim, Barker tinha mais culhões. Enquanto King sugeria, Clive mostrava em toda sua glória e horror. Stephen sempre teve certas barreiras morais que Clive não se importava em ultrapassar. As histórias de King são um tanto caretas e até certinhas, enquanto Barker vai até o escatológico se for preciso para garantir uma imagem perturbadora.

Contudo, Stephen King sabe a hora certa de parar de escrever. É só ver a obra do cara, há volumes imensos e livros curtos que dá para ler numa sentada, compreendendo os mais variados tamanhos entre esses dois extremos. King, vim a concluir, leva, contudo, uma grande vantagem sobre Clive. Ele é um “picareta” (aqui no bom sentido da palavra) muito mais talentoso. É capaz de escrever um romance inteiro sobre absolutamente nada (uma espécie de Seinfeld do terror) e você fica entretido durante toda a leitura. Tirei essa conclusão após ler Buick 8, um livro onde nada acontece e ainda assim não conseguia parar de ler.

Barker não tem essa manha. Quando você percebe que ele está querendo te enrolar, as páginas parecem ter 20 metros de comprimento, nunca chegam ao fim. Você começa a pesar na balança se vale a pena ou não abandonar a leitura naquele ponto do campeonato. Mas aí você percebe que teria se dedicado a 400 páginas em vão e decide encarar as 400 restantes com a vontade de uma criança sendo obrigada a engolir um remédio ruim.

Por fim venci e finquei minha bandeira no ponto final. Nunca me senti tão exausto ao terminar uma leitura que devia ser entretenimento. Minha paciência acabou, minha tolerância chegou a níveis quase inexistentes. Clive Barker levou alguns anos, mas finalmente conseguiu me encher o saco. Tudo que bastou foram 827 excessivas páginas. Bom trabalho, parabéns. Dever cumprido. Agora vou ali ler uns contos para dar uma contrabalançada.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

10 discos de rock da primeira década do século XXI: Parte final


 Leia também:

Continuando minha humilde lista dos dez discos de rock mais fodões dos primeiros dez anos dos 2000, os cinco derradeiros trabalhos. Vale ressaltar, assim como na primeira parte, só estão arranjados por ordem cronológica. Vamos a eles:


Hot Fuss – The Killers (2004)

Das bandas derivativas que surgiram nos últimos dez anos, aquelas que só reciclam sons de tempos passados, mais especificamente o pós-punk, new wave e technopop dos anos 80, o The Killers é a melhor, a mais competente e sem vergonha de se assumir assim. Hot Fuss é o melhor disco dessa vertente. Há tempos não havia uma sequência de abertura tão forte como Jenny Was a Friend of Mine (e seu baixo matador), Mr. Brightside, Smile Like You Mean It e Somebody Told Me. O resto do disco é igualmente excelente, com destaque para Midnight Show, já lá no final. Você já ouviu isso antes, mas poucas vezes com tamanha competência.


Siberia – Echo & The Bunnymen (2005)

Não poderia faltar. Eles estão velhos, reduzidos a uma dupla, bem longe dos tempos áureos, Ian McCulloch está sem voz. Mas ainda são capazes de conjurar mágica quando ninguém mais acredita neles. Siberia é o seu melhor disco desde seu retorno, um álbum que muita bandinha iniciante do novo indie daria tudo que tem para gravar. É assim que se envelhece com dignidade. Para ler um pouco mais sobre este disco e os outros da sua volta, clique aqui.


We Were Dead Before the Ship Even Sank – Modest Mouse (2007)

O Modest Mouse é aquela banda que é cheia de influências muito legais. Como resultado, não tinha como seu som não agradar. Veteranos da cena independente norte-americana, ficam melhores a cada novo trabalho. Este, o último disco até o momento, é o seu melhor. Músicas que combinam indie rock e pop em melodias grudentas que não saem da cabeça, guitarras excelentes e um bom trabalho de vocais tornam este trabalho um dos mais assobiáveis desta lista. O fato de Johnny Marr (ex-Smiths) ter entrado para a banda e participado das gravações, só ajuda. É o típico álbum que merece ser descoberto.


Young Modern – Silverchair (2007)

Este é o disco mais surpreendente da lista. Sim, é o Silverchair que surgiu como cópia de Nirvana e Pearl Jam e depois ganhou os corações das menininhas com Ana’s Song. Ou melhor, não é, pois este disco é diferente de tudo que eles haviam feito até então.  Nunca uma banda (descontando-se o Radiohead) deu uma virada tão radical na carreira. Quem ouve sem saber quem é não reconhece, pois o vocalista Daniel Johns mudou até seu jeito de cantar. Misturando rock dos anos 60 e 70 e as harmonias piscodélicas/fofinhas dos Beach Boys (a banda trabalhou com Van Dyke Parks, parceiro de Brian Wilson), entrega um disco estupendo, maduro e extremamente viciante. A faixa If You Keep Loosing Sleep é o melhor exemplo disso.


Red – Guillemots (2008)

Para encerrar, uma banda indie radicada na Inglaterra, mas com integrantes de diversas nacionalidades (o guitarrista é brasileiro), o som é só poderia ser uma mistura inclassificável. Este disco é uma pequena jóia. Mistura guitarras delicadas, bases eletrônicas e arranjos orquestrais em canções que variam de influência do funk (o nosso “batidão” mesmo) em Big Dog à baladaça Words. Red é uma daquelas boas surpresas que só estão à espera de serem apropriadamente descobertas.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O novo Chapolin

Vídeo feito por fãs, que mostra uma espécie de continuação da série clássica, com o filho do Chapolin original assumindo o coração amarelo e as anteninhas de vinil.

Mas como tudo envolvendo super-heróis hoje em dia tem que ser mais sombrio, este novo Polegar Vermelho enfrenta traficantes barras-pesadas numa cena com um quê de Kick-Ass.

O momento do “não contava com minha astúcia” foi uma bela sacada. Vale reparar também na versão remixada da música tema. E quem diria que a marreta biônica é uma arma tão eficiente... Eu assistiria essa série fácil!


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Capangas Contratados – Episódio 19

Vou ser bem sincero: este episódio inteiro é apenas uma desculpa para mais uma das histórias de horror sexual que o Souza adora contar. Medo... A não ser que você seja como o Souza. Aí, nesse caso é hilário...

terça-feira, 10 de abril de 2012

Como Agarrar Meu Ex-Namorado


Fazia muito tempo que eu não via um filme tão ruim assim, daqueles que fazem você desejar que os irmãos Lumiére nunca tivessem existido. Esse negócio se pretende uma comédia romântica de ação, mas não tem nada desses elementos presentes. Não é nada, apenas uma película pavorosa.

Participando desse desastre estão Katherine Heigl, Jason O’Mara, Daniel Sunjata, John Leguizamo, Debbie Reynolds, Debra Monk e Fisher Stevens.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

10 discos de rock da primeira década do século XXI: Parte I


Qual foi o último grande disco de rock lançado? Nevermind e OK Computer são as respostas mais frequentes. Esses dois álbuns têm algo em comum e não estou me referindo a ambos serem revolucionários. Os dois foram lançados na já longínqua década de 1990. Desde então, nenhum outro apareceu para somar a essa lista. Talvez The Suburbs, do Arcade Fire, mas ainda é preciso mais tempo para essa possível inclusão.

Isso não quer dizer que não saíram mais ótimos discos do gênero nesse ínterim, mas, de fato, a qualidade do rock desde então deu uma boa decaída. Muito obrigado, cultura do MP3 que democratiza qualquer porcaria! Enfim, resolvi fazer uma lista com o que de melhor foi lançado na primeira década do novo século.

Não se trata de uma lista de discos definidores de coisa alguma. Meu interesse não está nessa análise. Prefiro apenas selecionar os meus 10 favoritos pessoais, independente de potencial para mudar o mundo, a estética musical e blá-blá-blá. Em suma, eis aí aqueles que mais bem fizeram aos meus ouvidos neste século XXI.


Is This It – The Strokes (2001)

O álbum que inaugurou a era do chamado novo rock e deixou o estilo de novo em evidência, fazendo a banda ser laureada com o título de mais um dos infinitos “salvadores do rock”. Agora que já se passaram mais de dez anos de seu lançamento, dá pra dizer na boa que Is This It é um ótimo disco e nada mais, assim como os Strokes são uma ótima banda e só. Rock de garagem com guitarras que parecem teclados e vocais abafados por efeitos. Esse disco de estreia apresenta grandes canções animadas para embalar qualquer festa. Barely Legal, Last Nite, New York City Cops e Hard to Explain jogam qualquer um para cima e quase fazem valer a fama exagerada conquistada pela banda.


Origin of Symmetry – Muse (2001)

Com esse segundo disco, o Muse ganhou identidade própria, ao mesclar rock alternativo, heavy metal e rock progressivo (em trabalhos posteriores, entrariam também pitadas de eletrônico). Foi também o trabalho que me fez olhar para eles com mais atenção, tanto que até hoje é uma das minhas bandas em atividade favoritas. O resultado da mistureba é agressivo, urgente e grandioso sem pudor nenhum de ser exagerado. Não é a toa que a última música se chama Megalomania. Três grandes músicos e uma das melhores vozes a surgir no estilo nos últimos anos. Ouça o final de Plug in Baby e comprove: Matt Bellamy é praticamente um castrato.


Yankee Hotel Foxtrot – Wilco (2002)

Demorei pra gostar desse disco. Na verdade, quando o ouvi pela primeira vez, achei bem ruim. Mas esse é o tipo do trabalho que vai conquistando aos poucos. E a cada nova audição, mesmo depois de tantas, ainda é capaz de revelar alguma surpresa que passou despercebida anteriormente. Como resultado, é o tipo do disco que não cansa, que sempre pode ser percebido como novidade. Une muito bem o experimental (I Am Trying to Break Your Heart, Ashes of American Flags) com o pop (Heavy Metal Drummer, I’m the Man Who Loves You). A banda acabou se tornando uma das minhas prediletas e este Yankee Hotel Foxtrot, para mim, ainda é seu melhor trabalho.


Hail to the Thief – Radiohead (2003)

Se o Radiohead de The Bends e OK Computer nunca mais vai voltar, o Radiohead de Hail to the Thief é a próxima melhor coisa. Juntando o melhor da fase “guitarreira” com sua onda eletrônica experimental, o resultado são músicas estranhas como as de Kid A e Amnesiac, mas com o peso das guitarras de outrora. Tudo bem, não é um trabalho perfeito. As puramente eletrônicas Backdrifts e The Gloaming são pura encheção de linguiça, e a arrastada We Suck Young Blood é a pior música que a banda gravou em toda sua carreira. Mas tire essas três e ainda restam 11 canções irretocáveis. Ainda é um disco inteiro.


Funeral – Arcade Fire (2004)

É a única banda desta lista que tem potencial para ser grande (no sentido de inovação e não de quanta gente arrasta para os shows), para fazer trabalhos com um algo a mais. Em suma, para entrar naquela lista onde estão Nevermind e OK Computer.  Este Funeral (e também The Suburbs) tem potencial para cumprir essa missão. Arranjos belíssimos, letras poéticas e diferentes emoções suscitadas já desde a primeira audição, que pra mim é bem difícil de acontecer. Impossível passar incólume pela experiência de ouvir este álbum, um dos mais bonitos destes 10 anos. Existe até um nome para este tipo de trabalho: arte.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Capangas Contratados – Episódio 18

Fechando a trilogia das aventuras solo dos capangas, chegou a vez de Tavares estrelar um episódio só dele. Bom, dele e da sua esposa. Confira suas aventuras conjugais pouco ortodoxas.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Cereal killer


Diversos agentes da polícia cercam uma casa no meio do mato. Todos fortemente armados e preparados para atirar. O policial líder toca a campainha de arma em punho. Após alguns segundos, a porta se abre revelando um sujeito calmo, muito embora suas roupas estejam manchadas do que parece ser sangue seco.

Pois não?
Polícia, meu senhor.
Aconteceu alguma coisa?
Temos um mandado de busca nas premissas.

O serial killer abre totalmente a porta, e um monte de policiais adentra a casa se espalhando por todos os cômodos e criando um perímetro. O policial dá uma olhada geral na sala.

Recebemos uma denúncia anônima a respeito de mortes na propriedade.
Mas que absurdo.
Isso aí na sua roupa é sangue?
Não, é só molho de tomate.
E isso aí nas suas mãos?

O serial killer mostra as mãos, encharcadas de sangue fresco.

Isso é sangue.

Os policiais ficam em polvorosa.

É sangue de animal. Eu sou caçador. Tava preparando um coelho à fricacê.
— Seu monstro! – exclama um outro policial.
— Ele é muito sensível – o policial líder confidencia ao serial killer. – É vegetariano...
Aahhhh....

Outro policial, que olhava debaixo do sofá, se levanta e vai até eles.

Olha o que eu achei – diz o terceiro policial. Ele abre a mão, revelando um punhado de dentes humanos.
Como o senhor explica isso? – questiona o policial líder.
— É que eu sou dentista. Às vezes eu levo trabalho pra casa.
Eu acho que o senhor é um assassino.
Que é isso, meu senhor?! Sou um homem de bem.
— E como explica aquilo ali? – pergunta apontando para um abajur próximo.
É um abajur... É pra ler de noite.
É feito de pele humana!
O senhor tá enganado.        
Olha ali o umbigo!
É arte moderna!

Outro policial se aproxima e cochicha algo no ouvido do policial líder.

Acabo de ser informado que há cabeças humanas na sua geladeira.
Ah, vá! – exclama incrédulo. – A geladeira não é minha.
Olha aqui a nota fiscal.
— Tudo bem, mas as cabeças não são minhas.
E essas fotos que você tirou de si mesmo no momento em que cortava as cabeças?

O policial vai mostrando ao serial killer uma série de polaróides onde o assassino em série faz as mais diversas poses ao lado de variadas cabeças decepadas. Mas em todas elas ele está dando um “joinha” para a câmera.

Isso aí é circunstancial, no máximo.
— E esse manuscrito em cima da sua mesa, intitulado “Eu sou um serial killer”?
— É uma obra de ficção.
— E o subtítulo, que diz “esta não é uma obra de ficção”?
— Metalinguagem.

Um dos policiais da revista arromba uma porta e uma mulher sai de dentro, completamente assustada, e corre até o tira que a libertou, que a abraça.

Quem é essa? Sua nova vítima?
É minha namorada. A gente tava brincando de esconde-esconde.
— Esse homem me sequestrou! – berra a mulher, aos prantos.
— É que ela gosta dessa fantasia de sequestro, sabe?
— Eu nunca vi esse cara antes – torna a berrar a mulher.
— Para, benzinho, senão o moço vai achar que é sério.
— Ele cortou meus dedos! – Ela exibe a mão esquerda mutilada para quem quiser ver.
— Já tava assim quando eu cheguei.
— Isso nem faz sentido! – conclui o policial líder. – Anda, circulando.

O policial algema e arrasta o serial killer para fora da casa. Sobrou em cadáveres, faltou em malandragem.