sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Sitcoms da Toró acabam semana que vem


Só para reforçar o aviso, semana que vem as duas Sitcoms Literárias da Toró atualmente em publicação chegam ao seu final de temporada (quiçá até seu final definitivo, dependendo do humor de seus escritores, sendo um deles eu, é claro).

Vida e Obra de um Ninguém tem seu último capítulo publicado na terça, dia 04 de setembro. E na quinta-feira, dia 06, é a vez do derradeiro episódio de Causa & (D)Efeito, de Jean Di Barros.

Marque no seu calendário e prestigie, senão vai ter que pegar a reprise. Sacou, sacou? Foi uma piada de sitcoms de televisão...

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O escritor boxeador e a preguiça infinita


Pela minha experiência, escrever, mais do que prática (parte importante do processo, é claro), é ritmo. É manter uma boa toada, uma média diária. Isso ajuda a manter não só a já citada prática, mas a conseguir visualizar rapidamente o caminho percorrido, e, sobretudo e mais importante, a manter a preguiça longe.

Nada atrapalha mais este escritor do que aquela vontade súbita que bate de procrastinar um texto, deixar para depois, a favor de qualquer outra coisa, geralmente bem imbecil. Seja ver besteira na internet, simplesmente coçar o saco ou fazer o balanço das contas do mês, qualquer coisa subitamente fica bem mais atraente que colocar aquelas linhas no papel.
         
O texto vira o inimigo, um fardo a ser superado, às vezes difícil demais. Aí aquela preguiça súbita, a vontade de deixar para depois, se fortalece e ataca. As desculpas vêm nas mais variadas formas, querendo dar justificativas para você mesmo, como os diabinhos em cima do ombro dos desenhos animados.

Qualquer dificuldade vira um entrave e não um desafio a ser superado. Torna-se algo bastante cansativo. A solução: quebrar a cabeça e tentar arrumar um modo de seguir em frente? Que nada, o canal é inventar uma desculpa para deixar pra resolver depois. E aí vai deixando, deixando...

Minha analogia preferida é a do boxeador que causa o clinch pra dar aquela respirada, recuperar o fôlego e a energia para voltar pra luta. Mas nessas, fica agarrado ao adversário até o round acabar. Nessa luta não tem juiz pra separar. E aí, nessa estratégia de ficar clinchando, a luta acaba e você não marca nenhum ponto.

Tenho propensão a arroubos de preguiça aguda, devo admitir. Qualquer coisa que me faça sair da rotina, quebrar meu ritmo, arrisca causar um surto dela e aí fica difícil de voltar pros trilhos. Aí vira um festival de clinches. Ah, hoje é dia da bandeira, amanhã eu faço isso. Sim, eu já usei essa.

Até recuperar o jogo de pernas, vai-se um tempo perdido em absolutamente nada. A solução mais radical, pra me tirar mais rápido da letargia, é arranjar um Apollo Doutrinador (porque dublagem boa é aquela que traduz até o nome do sujeito) que me faça suar no ringue, que dê trabalho, que faça valer o espetáculo.

Antigamente era mais duro sair do abraço da preguiça, cheguei a varar meses. Mas assim como escrever, também peguei prática em fugir desse male. Descobri como encontrar mais fácil os Apollos que vão me desafiar a voltar pro ringue. Claro que às vezes ainda tenho lá minhas recaídas, mas agora sei como evitar rapidamente esse anti-jogo e voltar logo para o combate.

Mas que às vezes é bom ficar sem fazer nada, ah, isso é. O problema é a moderação. Já escrever, bom, já que comecei a traçar esses paralelos com Rocky: escrever é usar o olho do tigre. Se não der tudo, o adversário te derruba. E aí a revanche acaba ficando pra depois. Olho do tigre, Balboa!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Vida e Obra de um Ninguém – Episódio 12


Para dar uma agitada no formato da Sitcom e fazer um negócio diferente para esta que é a primeira parte do capítulo final de temporada da série, uma reviravolta digna dos melhores dias de Lost! Mas não se preocupe, aqui não tem os Outros, monstro de fumaça e nem Homem de Preto.

Nem preciso dizer que absolutamente tudo que acontece aqui (e também em sua segunda parte) é completamente fictício. Ainda não desenvolvi o poder da clarividência, mas algum dia chego lá. Interessante que esse episódio duplo também dialoga bem com o estilão do Capangas Contratados, embora sem abrir mão das características que tão bem definiram Vida e Obra.

Em suma, divirta-se com a primeira parte do final de temporada, e volte semana que vem para o encerramento.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A Morte do Homem-Aranha


Este é o arco da revista Ultimate Spider-Man (no Brasil, publicada em Ultimate Marvel) que mostra a trágica última batalha dessa versão alternativa de Peter Parker contra alguns de seus piores inimigos, incluindo seu grande nêmesis, Norman Osborn, o Duende Verde.

Sei que morrer nos quadrinhos virou carne de vaca. Qualquer defunto costuma voltar dois meses depois. Mas no universo Ultimate, essa lei não se aplica. Até por isso, embora a história seja boa, senti falta de uma carga dramática maior, para marcar mais um momento tão significativo. Seja como for, para os fãs do Aranha, vale a leitura.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Os filmes da DC – Parte final


Leia também:

Continua o apanhado dos filmes baseados em quadrinhos publicados pela DC Comics, com a segunda e última metade das obras. Vale lembrar, todos eles (incluindo os da primeira parte da matéria) foram lançados no Brasil, ainda que alguns deles tenham saído direto para vídeo.


Stardust – O Mistério da Estrela (2007)

O diretor Matthew Vaughn, que depois voltaria às adaptações de HQs com Kick-Ass e X-Men: Primeira Classe, pela Marvel, adapta aqui um romance ilustrado escrito por Neil Gaiman, outro dos grandes autores de quadrinhos (formando a santíssima trindade do gênero ao lado de Alan Moore e Frank Miller) e um dos meus favoritos. Um conto de fadas leve e com foco mais adulto, virou mais um filme simpático e bem agradável, mas novamente tomaram muitas liberdades criativas com o material original, ainda que, como no caso de Constantine, o resultado geral tenha funcionado.


The Spirit – O Filme (2008)

Frank Miller se empolgou tanto com a adaptação de seu Sin City, que assumiu sozinho a direção deste filme baseado na obra mais famosa de Will Eisner. Confesso que não conheço o personagem, e este filme horroroso prestou o desserviço de matar qualquer vontade que eu tivesse de ir atrás dos gibis. Miller viaja na maionese, exagera demais no clima noir, tenta fazer graça com piadas mais bestas que as do Zorra Total e comete um filme totalmente irritante. Péssimo. Leia aqui a resenha.


Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008)

Se Frank Miller está em baixa, Christopher Nolan está no extremo oposto, e comete nessa segunda aventura do Morcegão um dos melhores filmes baseados em personagens de quadrinhos da história. Tudo de bom do primeiro filme é melhorado neste aqui, e Heath Ledger, como o assustador Coringa, entrega a melhor interpretação do personagem até hoje. Marcante. Leia aqui minha resenha da sessão em Imax do filme.


Watchmen – O Filme (2009)

O Cidadão Kane dos quadrinhos de super-heróis, uma obra que muitos acreditavam ser infilmável. Coube a Zack Snyder (que vinha de outra adaptação, 300) tentar repetir na tela grande o impacto que a obra teve no papel. Não conseguiu, mas até que chegou perto. O filme é muito bom, mas o problema é que a HQ é grande demais, cairia melhor como uma minissérie de TV. Como filme, muitos personagens e tramas tiveram de ser cortados e/ou adaptados. Algumas mudanças funcionaram, outras, como o final, não. Mas o resultado geral é bastante positivo. Não é perfeito, mas não tem do que se envergonhar.


Jonah Hex – Caçador de Recompensas (2010)

Já esse pistoleiro cult e deformado da linha Vertigo tem muito do que se envergonhar. Após alguns bons acertos, o estúdio volta a escorregar feio com Jonah Hex. Sabe aquele filme que parece ter sido rodado sem ter roteiro fechado, cheio de pitacos de produtores, com várias refilmagens posteriores pra tentar arrumar o estrago? É esse aqui. Uma bagunça de péssima qualidade. Siga o exemplo de Mulher-Gato e esqueça que isso existe.


Os Perdedores (2010)

Outra adaptação de uma série da Vertigo, daria um bom filme de ação e tinha um elenco bom. Mas resultou num trabalho fraco e anêmico. Chamá-lo de meia-boca seria o máximo de elogio possível e seria passível de ser um exagero. É o tipo de filme que você assiste já sabendo tudo que vai acontecer e quinze minutos depois de acabar, já o apagou da memória. Muito fraco.


Red – Aposentados e Perigosos (2010)

Mais um baseado numa HQ mais adulta, mais um que privilegia a ação. Mais um com ótimo elenco. Mais um que eu achei bastante meia-boca, embora esse tenha conquistado maior carinho do público. Não consegui me empolgar. Para mim, tudo que disse sobre Os Perdedores funciona para este sem o que tirar nem pôr. Mesmo assim,vai ganhar continuação.


Lanterna Verde (2011)

A Warner finalmente investe pesado em outro dos heróis medalhões da editora. E quebra a cara. Resolveu jogar no seguro, com uma tradicional história de origem e todos os clichês que isso acarreta, e entrega um produto morno, sem punch, mais uma película bem meia-boca para um personagem que está numa ótima fase nos quadrinhos e merecia muito mais que isso em celulóide. Outra decepção nas bilheterias e o estúdio ficou com um abacaxi nas mãos: não sabe se investe numa continuação melhorando tudo que não deu certo ou se já aperta logo o reset e recomeça do zero e direito.


Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)

O encerramento da trilogia do Batman, a despedida de Christopher Nolan da direção dos longas do personagem e de Christian Bale como o melhor ator a vestir a capa e o capuz. E trata-se de um encerramento com chave de ouro. Mesmo não tendo um vilão tão marcante quanto o Coringa, a produção e a história conseguem ter um escopo ainda maior que o atingido na segunda parte. Outro filme fantástico, provando que os filmes do Morcegão são (por enquanto) os únicos foras de série dentro da filmografia da DC. Leia a resenha aqui.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O que aconteceu com Tony Scott?


Tony Scott se matou pulando de uma ponte nos arredores de Los Angeles no último dia 19. Ele tinha 68 anos, esposa, filhos e uma carreira no cinema cheia de sucessos de bilheteria, ainda que não exatamente de crítica. Ah, sim, ele também tinha um irmão muito mais fodão, mas já tratei disso no texto linkado.

Ele deixou cartas em seu carro e casa para família e amigos, mas o conteúdo não foi divulgado. Rumores dizem que ele tinha um tumor inoperável, o que explica o cara cometer suicídio a essa altura do campeonato. Sua esposa, contudo, nega a informação, que só será confirmada ou refutada quando sair o resultado da autópsia, nas próximas semanas.

Por mais triste e surpreendente que seja sua morte, é inegável que ele deixou sua marca em Hollywood, mas devo dizer que não sentirei sua ausência. Nunca fui fã do cara, e, contudo, assisti praticamente tudo que ele dirigiu.

Top Gun – Ases Indomáveis, seu maior sucesso, era muito legal para a época, verdade. Mas por acaso vi um pedaço do filme de novo outro dia e ele envelheceu mal. Esqueça a propaganda pró força aérea/marinha dos EUA ou o contexto homoerótico tão bem apontado por Quentin Tarantino, o grande problema é que esse negócio é cafona demais. Música, diálogos, narrativa, é tudo de uma breguice sem tamanho.

Mesmo seu filme mais elogiado pela crítica, o cult Fome de Viver, eu não gostei. Assisti pela primeira vez alguns meses atrás. Já tinha ouvido falar tanto dele que esperava algo realmente bom, encontrei apenas forma sem conteúdo. Chato.

Tudo bem, Um Tira da Pesada II é bom, um clássico da Sessão da Tarde. Dias de Trovão (o Top Gun com rodas) e O Último Boy Scout podem ser bem apreciados ao se desligar o cérebro, mas o saldo, no fim das contas, é mesmo negativo.

Caramba, não consegui gostar nem de Amor à Queima-Roupa, cujo roteiro é do Tarantino! E o que dizer de Domino – A Caçadora de Recompensas? Talvez o exemplo mais claro de sua estética frenética. A edição desse filme é tão picotada, os planos são tão vertiginosos, as cores tão saturadas, que esse negócio quase me causou convulsões. Não aguentando mais de dor de cabeça e a um passo de ter um surto epilético, simplesmente não consegui terminar de ver o filme. Fui compelido a mudar de canal.

Nos últimos tempos, vinha fazendo uma série de filmes de ação bem medianos estrelados por Denzel Washington, seu mais frequente colaborador. Até resenhei um deles, O Sequestro do Metrô 1 2 3, de 2009 (leia aqui). Seu último filme, Incontrolável, de 2010, também faz parte dessa safra.

Como disse, não sentirei falta dele baseado em sua obra, mas é uma grande pena que tenha morrido. Quem sabe ele ainda pudesse surpreender em sua próxima produção? Agora nunca saberemos, assim como ainda não sabemos o que aconteceu com ele. Trágico.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Sitcoms da Toró na reta final


Pois é, tudo que é bom dura pouco. As Sitcoms Literárias Vida e Obra de um Ninguém e Causa & (D)Efeito mal estrearam e já estão acabando. Restam só mais duas semanas de publicação para ambas, sendo que a história final de Vida e Obra, dividida em duas partes, já começa na semana que vem. Acompanhe antes que acabe.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Vida e Obra de um Ninguém – Episódio 11


Creio que o mais verídico de todos os episódios. Uma situação transplantada 100% da vida para a ficção. Sem floreios, sem embelezamento, o real funcionando como narrativa sem tratos ou adaptações.

Tanto que nem tenho o que falar sobre esse capítulo que já não esteja contido nele. Sendo assim, usarei o espaço para fazer propaganda do próximo.

Semana que vem a série começa a rumar para seu final de temporada com a primeira parte (de duas) do último episódio, uma história especial dentro dos padrões já estabelecidos desta Sitcom. É esperar pra ver. Enquanto isso, divirta-se com mais um pequeno conto biográfico.

Leia aqui o Episódio 11: É o Inferno!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Os filmes da DC – Parte I


As adaptações cinematográficas de histórias em quadrinhos ultimamente são algumas das produções mais rentáveis de Hollywood. E também viraram uma febre, que anos antes, com apenas algumas esparsas produções aqui e ali, parecia ser impensável. Como um apreciador das HQs e de grande parte dos filmes que as adaptam, resolvi fazer um apanhado geral das adaptações das obras das duas grandes editoras dos EUA, Marvel e DC Comics.

Começo com os filmes baseados em trabalhos publicados pela DC simplesmente porque é minha editora favorita, afinal, até onde eu saiba, esse ainda é o meu blog. A outra regra é que só entram na lista filmes feitos a partir deste boom de adaptações, que no meu entender começou com o lançamento de Blade, da editora rival, em 1998.

Todos os filmes que vieram antes disso (e a DC, especialmente, tem um monte) não entram na lista. Mas isso pode acabar virando material para uma nova matéria mais pra frente. Por enquanto, vamos à primeira parte.


Estrada para Perdição (2002)

Baseado na graphic novel de Max Allan Collins, virou um elegante filme de máfia dirigido por Sam Mendes e estrelado por Tom Hanks, Jude Law e Paul Newman em seu último papel no cinema (depois ele só dublaria um personagem na animação Carros). Moleque descobre que seu pai é um assassino da máfia ao testemunhá-lo em ação e ambos passam a ser perseguidos pelo chefão, que quer eliminar o garoto que viu o que não devia. Bom filme.


A Liga Extraordinária (2003)

Já esta adaptação de um dos melhores trabalhos de Alan Moore serve muito bem como um guia do que não fazer ao transpor uma HQ para as telas. Coisas simples, como não deixar o astro (Sean Connery) mudar a história a seu bel prazer, muito menos deixar seu personagem mais heróico e importante só porque ele é um astro. E também não colocar na mistura um personagem da literatura estadunidense (Tom Sawyer) só pela suposição de que os americanos não iriam ao cinema assistir um filme só com personagens britânicos. O resto do mundo agradece. Uma bomba.


Mulher-Gato (2004)

Esse consegue a proeza de ser pior ainda. Da personagem dos quadrinhos só sobrou o codinome, todo o resto foi horrivelmente alterado numa produção completamente vergonha alheia. Nada se salva, desde os defeitos especiais de videogame das antigas, até o figurino de sex shop da personagem. Onde todos os envolvidos, incluindo Halle Berry, que devia ter se contentado a interpretar a Tempestade dos X-Men, estavam com a cabeça? O melhor a fazer é esquecer que isso existe.


Batman Begins (2005)

Após Joel Schumacher afundar a franquia com Batman & Robin, a DC/Warner decide levantar novamente a série do Homem-Morcego e consegue seu primeiro grande acerto, que atende pelo nome do diretor Christopher Nolan. Sua grande sacada? Em primeiro lugar, realmente contar uma história focada no Batman e em sua criação, e não em seus vilões. O segundo, fazer um filme de heróis mais realista, o que casou muito bem com o tom do personagem. Foi o início da trilogia de filmes mais bem sucedida da editora/estúdio. Leia minha resenha sobre o filme aqui.


Marcas da Violência (2005)

Pouca gente sabe que este excelente filme de David Cronenberg é baseado numa graphic novel de John Wagner e Vince Locke. A história de um pacato dono de lanchonete numa cidadezinha interiorana que reage a um assalto, vira celebridade local e acaba atraindo a atenção indesejada de um mafioso, que pode ou não estar confundindo-o com outra pessoa. Um dos melhores filmes dessa lista, com elenco afiado (destaque para o protagonista Viggo Mortensen, que depois faria outros dois filmes com o diretor) e muitas surpresas. Obrigatório.


Constantine (2005)

Este ocultista do selo adulto Vertigo tem uma boa base de fãs, que ficou irada com as mudanças sofridas pelo personagem em sua adaptação cinematográfica. De inglês loiro passou a estadunidense moreno, fora outras liberdades, como armas em forma de cruz que não existem nos quadrinhos. Eu não conheço bem o personagem, por isso não fiquei bravo com as mudanças e gostei bastante do filme. Uma aventura despretensiosa e muito divertida, acabou sendo uma boa surpresa. Mas claro, se respeitassem a fonte, poderia até ser ainda melhor. Assistido sem a ranhetice fanboy, cumpre seu papel.


V de Vingança (2005)

Um dos grandes trabalhos de Alan Moore ganha sua versão na tela grande, para desespero do autor, que abomina qualquer adaptação de sua obra. Com supervisão e roteiro dos irmãos Wachowski, e direção estilosa do pupilo James McTeigue, a adaptação foi tratada com carinho e rendeu mais um ótimo filme. Leia aqui minha resenha completa.


Superman – O Retorno (2006)

Gostei muito desse filme, mas devo admitir que essa sequência bastante tardia do Superman de Richard Donner (e que também leva em conta os fatos de Superman II) foi o filme errado na hora errada. O momento era para reapresentar o personagem e começar uma nova história, não retomar uma versão já há muito desatualizada do herói. As críticas foram variadas, sendo a principal reclamação a falta de ação, e o longa não rendeu o esperado, causando o que devia ter sido feito desde o início, um reboot com estreia para ano que vem dirigido por Zack Snyder e produzido por Christopher Nolan. Leia aqui a resenha.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Jogador Nº 1


Um romance nerd best seller que virou a febre do momento em diversos países. Cheio de referências a videogames e cultura pop dos anos 80, é de fato uma leitura divertida, especialmente para quem gosta dessas referências, embora seja um tanto previsível.

Primeiro livro de Ernest Cline, roteirista do filme Fanboys. Para nerds saudosistas, é mais que recomendável.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Vida e Obra de um Ninguém – Episódio 10


Como é que a pessoa mais impaciente do mundo pode querer se aventurar a virar caminhoneiro? O cara que já sai amaldiçoando até a quinta geração de quem lhe passar pela frente quando encara os congestionamentos bauruenses (tipo uns cinco carros em sua frente). E foi se meter a dirigir por dias, muitas vezes semanas a fio, sem nada como companhia a não ser paisagens tediosas e as músicas sertanejas no rádio?

Pois é, mas aconteceu, embora de maneira um tanto diferente. E nem preciso dizer que não deu muito certo na vida real. Sabe aquelas ideias que você identifica como ruim a quilômetros de distância? A sociedade nessa empreitada foi uma dessas. Assim que soube, cravei para mim mesmo: isso não vai virar. Sem querer ser pessimista ou agourento. É apenas questão de lógica.

É a mesma coisa que ele chegar em casa com um saco de feijões mágicos, garantindo que era legítimo. Você apenas dá um tapa na própria testa e arranja um lugar pra assistir de camarote aquele momento mágico em que ele é o último a se tocar da grande besteira que fez. Não pega nada, em um momento ou outro, esse tipo de coisa está fadado a acontecer ao menos uma vez com todo mundo. Más ideias às vezes se disfarçam em pacotes atraentes.

Mas pelo menos disso saiu algo de bom, como este episódio que você pode ler agora. E antes que você pergunte: não, ele nunca comprou um saco de feijões mágicos. Até onde eu saiba.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Discografia Smashing Pumpkins – Parte final


Leia também:

Concluindo a discografia do quarteto de Chicago, agora focado nos discos lançados já durante sua fase de declínio. Vale ressaltar, todos os álbuns da banda foram lançados no Brasil, mas a maioria já se encontra fora de catálogo.


Machina II/The Friends & Enemies of Modern Music (2000)

Pouco antes de acabar com a banda, Billy Corgan fez uma última tentativa, lançando apenas online essa sequência de Machina (que originalmente deveria ter sido um álbum duplo, mas a gravadora não quis bancar após as baixas vendas de Adore). A banda soltou 25 músicas de graça na internet dividas em 3 EPs e um LP. São basicamente as faixas que ficaram de fora do primeiro Machina e algumas versões alternativas ou remixadas para canções daquele disco. Em comparação com sua primeira parte, este aqui é surpreendentemente mais leve e até mais pop, mas tudo acaba tendo uma cara de lado B, provando que o melhor material já estava mesmo no primeiro disco.

Nota: 7,5


Rotten Apples: The Smashing Pumpkins Greatest Hits (2001)

Primeira e póstuma coletânea da banda, vem com dois discos. O primeiro é o best of, cobrindo todos os álbuns de estúdio numa boa porta de entrada para quem quiser ter o básico do grupo. Para quem já tem os discos, vale pela presença de Drown, lançada apenas num EP, de Eye, da trilha sonora do filme A Estrada Perdida, e pela inédita Untitled. Mas o fino está mesmo no segundo disco, intitulado Judas 0. Trata-se de uma coleção de lados B e faixas inéditas. Algumas das anunciadas como inéditas, na verdade fazem parte de Machina II, mas mesmo assim ainda tem bastante material novo ou menos conhecido. No geral, uma boa pedida.

Nota: 9


Earphoria (2002)

Originalmente a trilha sonora do primeiro vídeo da banda, Vieuphoria (depois relançado em DVD), foram lançadas apenas 1000 cópias em seu lançamento em 1994. Mas em 2002 foi relançado de maneira oficial para as massas. São muitas versões ao vivo gravadas em várias partes do mundo entre em 1992 e 94, a esmagadora maioria delas canções de Siamese Dream e alguns poucos lados B de estúdio. Vale pela energia descontrolada e suja da banda ao vivo, em números como Quiet, Today, I Am One, Geek U.S.A. e Silverfuck. Ótimo registro ao vivo de uma banda no seu auge.

Nota: 9


Zeitgeist (2007)

Após sete anos de hiato e algumas tentativas fracassadas, seja com outra banda, o Zwan, ou solo, Billy Corgan decide reviver o Smashing Pumpkins, mas só consegue trazer de volta Jimmy Chamberlin. É como uma dupla que gravam esse novo trabalho, que foi bastante criticado quando de seu lançamento. Na boa, eu gostei do disco, talvez por não esperar grandes coisas dele, mas concordo que ele é completamente desnecessário. E pô, tudo bem que a D’arcy seria difícil de trazer de volta (ela saiu sem aguentar mais olhar pra cara do careca Corgan), mas pelo menos o James Iha tinham de convencer a voltar, para de fato poderem se chamar de Smashing Pumpkins. Mesmo sendo um trabalho simpático no geral, só serviu mesmo para provar que a banda deveria ter permanecido apenas na afetuosa memória de seus fãs.

Nota: 7


Oceania (2012)

Após o fracasso commercial de Zeitgeist (começo a detectar um padrão), em 2009 Billy Corgan resolveu que só lançaria novas músicas pela internet. Começou o projeto chamado Teargarden by Kaleidyscope, onde soltaria aos poucos e virtualmente 44 canções divididas em vários EPs. Nesse meio tempo, Jimmy Chamberlin se mandou e a banda virou Billy e seus músicos contratados. Talvez numa tentativa de surpreender, tenha voltado atrás em sua decisão e lançou em formato físico esse disco com 13 faixas, que também faz parte de Teargarden. Devo dizer que é melhor do que eu esperava, mas está a léguas de seus melhores momentos. Até que começa bem, com Quasar e Panopticon resgatando um pouco da energia perdida, mas faixas menos inspiradas lá pelo meio diluem a força das melhores. Contudo, é um disco que ainda preciso ouvir com mais calma e atenção para formar uma opinião melhor.

Nota: 6

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A Fúria dos Reis: As Crônicas de Gelo e Fogo – Livro Dois


Para dar um gás na seção de literatura do Delfos, que andava um tanto parada (principalmente se comparada às seções de cinema e games) nos últimos tempos, vou me dedicar (assim como outros delfianos também) a produzir mais matérias e resenhas específicas para dar uma turbinada nela.

O primeiro produto de minha colaboração neste esforço acaba de ir ao ar. A Fúria dos Reis é o segundo livro das Crônicas de Gelo e Fogo, saga épica criada pelo autor George R. R. Martin e mais popular do que nunca, agora que foi adaptada pela HBO como uma série de TV de respeito (para mim, a primeira temporada é irretocável. Na segunda já andaram mudando muita coisa e tomando muitas liberdades com o material original).

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Os tortuosos caminhos da leitura


Que o brasileiro médio não tem o hábito da leitura, não é nenhuma novidade. Se isso é sabido, por que fui entrar nessa barca furada? Afinal, não serão os esquimós a ler os meus escritos. Sinceramente, não sei. Gosto de escrever, simples assim, que outra coisa estaria fazendo, não fosse isso? E nessas, arco com as consequências da minha escolha.

Assim como gosto de escrever, gosto igualmente, senão mais, de ler. Leio muito e um pouco de tudo. Livros, quadrinhos e até bula de remédio se não tiver outra opção e mais nada pra fazer. Leio qualquer coisa de qualquer gênero. Claro que tenho minhas preferências pessoais, mas nunca nego nenhum tipo de material que caia em minhas mãos. Primeiro eu leio, depois julgo se valeu o tempo investido ou não.

Começou com os quadrinhos. Maurício de Souza. Aliás, muita gente que hoje tem da leitura um hábito, deve muito a esse senhor por incentivar os primeiros passos. Depois, a evolução natural, as HQs de super-heróis. Daí para os livros foi um pulo. Se a história é boa, não interessa se tem belas figuras acompanhando ou não.

Tudo bem, quadrinhos são um hobbie, e nem todos têm condições financeiras de estimulá-lo ou mantê-lo. Nem todos têm acesso ou interesse a essa primeira porta de entrada. É aí que entra a escola. E é aí que ela faz besteira.

Até começa bem, com os infanto-juvenis. Os livros do Pedro Bandeira, clima de aventura, para um moleque de 9, 10 anos, aquilo é o máximo, prende a atenção. Olha só, livros podem ser tão divertidos quanto uma partida de futebol.

E aí você entra no ginásio e parecem fazer questão de demonstrar que aquelas primeiras impressões foram errôneas. É nesse estágio, geralmente, e principalmente no ensino médio, o curso preparatório para o vestibular, que entram os grandes clássicos da literatura brasileira.

De quem foi a brilhante ideia de forçar a leitura de Machado de Assis para um bando de adolescentes? Claro, vamos empurrar-lhes o Machadão goela abaixo, é lógico que eles vão gostar da sua narrativa e vão querer acompanhar suas obras completas. Óbvio que vão se identificar com o enredo, os personagens, as situações atuais, tão reflexivas de suas próprias vidas. Preferirão gastar seu tempo nisso e não querendo desesperadamente perder o cabaço.

Não seria melhor um equivalente adolescente do Pedro Bandeira, para primeiro chamar atenção, “olha só, isso aqui é legal”, e depois, bem depois, ir apresentando os medalhões em doses homeopáticas? Criar o gosto para depois refiná-lo? Sei lá, eu não comecei a ouvir rock por Pink Floyd. Se tivesse, provavelmente não teria continuado.

Nessa época eu já lia bastante, graças à minha paixão pelos quadrinhos. Se dependesse das leituras obrigatórias do colégio, teria me transformado em mais um adolescente cabeça oca que considera a literatura coisa de nerd (com o sentido pejorativo que eles insistiam em conferir ao termo).

E nem dá pra contra-argumentar quando te forçam a ler um livro como Macunaíma. Essa porcaria me marcou tanto negativamente que eu não consigo esquecer essa desgraça, não consigo apagá-la da cabeça, ela me segue eternamente, ao lado de desgraças e rejeições marcantes.

Qual o valor dessa merda? Alguém consegue me explicar? De preferência, sem usar chavões, porque esses eu já ouvi todos. Isso é o melhor que nossa literatura tem para oferecer? Acho que não.

Aí você força um adolescente, na fase rebelde, a ler uma história besta pra caralho, cada página parece demorar um século para passar. Não é a toa que ele dificilmente vá pegar num livro por conta própria... E outra: por que quando Mário de Andrade escreve um texto sem pontuação ele é um gênio e quando o adolescente fazia isso numa redação ele era uma besta? Novo desserviço, valeu, grande Mário!

Não digo que a maioria desses escritores não tenha seus méritos, provavelmente eles os tenham sim e mereçam toda a fama e reconhecimento adquiridos. Mas eu não sei quais são esses méritos porque o trauma foi tão grande que nunca mais os li. Se tivessem pegado leve, aos poucos, na maciota, provavelmente hoje já teria lido todos os clássicos. Da forma que fizeram, hoje resisto a eles como se fossem injeções. Preconceito bobo da minha parte? Claro, mas também produto da minha criação.

Por isso não sinto vergonha nenhuma em dizer que se hoje leio de tudo e constantemente, se não sou um brasileiro médio em se tratando de hábitos de leitura, isso se deve em grande parte ao Cebolinha e ao Batman, não a Machado de Assis e Mário de Andrade. Engole essa, Machadão.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Vida e Obra de um Ninguém – Episódio 9


Moro num desses prédios em São Paulo cada vez mais paranóicos com a segurança, daquele famoso tipo que prende o morador dentro de casa, como se ele fosse o criminoso. Juro que, se continuar nessa toda, mês que vem o condomínio instala duas guaritas de sentinela no portão, com guardas armados de fuzis. O primeiro transeunte que ousar tentar se aventurar pela calçada do prédio vai levar um tiro de advertência. Se não atravessar a rua imediatamente, leva chumbo. E não diga que não foi avisado!

Por isso, sempre que ia para o interior, desfrutava dessa sensação maior de liberdade, onde casas são casas e não fortalezas instransponíveis. É bom para colocar as coisas em perspectiva e perceber que ainda existem lugares onde é possível ter uma qualidade de vida próxima do aceitável.

Isso até minha última visita à casa de minha avó, onde, incidentalmente, reside também a fonte de inspiração para o protagonista desta Sitcom. Juro por Deus, não exagerei em nada nessa história, e encontrei a casa exatamente do jeito descrito no capítulo. Se meu pai morasse no meu prédio, provavelmente seria o síndico e, provavelmente, já teríamos as guaritas de sentinela.

“Mas isso é Bauru”, eu disse a ele. É uma cidade pequena (nem tanto assim, vá lá), tranquila. “Mas tá cheia de vagabundo”, ele respondeu. Como argumentar contra uma lógica tão impecável?

Na mesma conversa, minha avó me conta do afilhado deles, que, claro, na vida real tem outro nome. Tinha mais ou menos a minha idade e, quando éramos moleques, de vez em quando fazíamos guerrinhas de elástico com papel dobrado como munição. “Parece que agora se envolveu com drogas, judiação, era um menino tão bom”. Na mesma hora me veio a ideia à cabeça. Com tanta “segurança”, não seria irônico se alguém infiltrado, de confiança, fizesse um serviço interno, afanando os bens do velho?

Alguns anos mais tarde, está aí a ideia concretizada nesse episódio 9. Mas verdade seja dita, não sei se alguém conseguiu expugnar a fortaleza gradeada. E pensar que antigamente, no século passado, sua cerca batia apenas na cintura. O tempo passa e as grades ficam mais altas.

Leia aqui o Episódio 9: Invasão de Domicílio.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Discografia Smashing Pumpkins – Parte I


Finalmente completo a geral nas discografias de minhas bandas favoritas com aquela que ocupa o quinto lugar no meu Top 5, o Smashing Pumpkins. Formado em Chicago, EUA, em 1988 por Billy Corgan (vocais e guitarra), James Iha (guitarra), D’arcy Wretzky (baixo) e Jimmy Chamberlin (bateria), o quarteto sempre foi a ditadura de Billy Corgan, seu principal compositor e líder.

A princípio, a ideia era juntar no mesmo grupo influência das sete bandas favoritas do vocalista, o que resultou numa bizarra mistureba de rock alternativo, heavy metal, música pop e rock progressivo. Mais tarde, também entrariam nesse caldeirão pitadas acústicas e até elementos eletrônicos. E mesmo com tudo isso junto, criaram uma sonoridade que faz sentido, levada por guitarras altas e bastante distorcidas e pela inconfundível voz anasalada de taquara rachada de Corgan, em canções de teor tristonho, mas bastante energéticas.

Fizeram muito sucesso no meio da década de 90, mas o gênio difícil do vocalista e o declínio comercial e criativo acabaram fazendo a banda encerrar atividades no fim do ano 2000 apenas para voltar desnecessariamente sete anos depois sem metade dos integrantes originais. Hoje em dia, a banda ainda está na ativa, somente com Billy da formação original, e bem longe de seu melhor período. Apesar de gostar muito deles, devo dizer que essa foi uma das voltas que não valeu nem um pouco a pena e preferia que tivessem ficado apenas nas boas memórias. Mas não se pode ter tudo.


Gish (1991)

Confesso que não morro de amores pelo disco de estreia da banda. Com uma predominância pesada de heavy metal, é cheio de solos e falta aquela qualidade pop na mistura que marcaria seus trabalhos posteriores. Contudo, é inegável que tecnicamente a banda já estava bastante afiada. A trinca de abertura I Am One, Siva e Rhinoceros é o destaque do disco. O resto do álbum é apenas razoável e olhe lá. Pra completar, ainda teve o azar de ser lançado na mesma época que Nevermind, sendo completamente ofuscado pelo álbum do Nirvana.

Nota: 5


Siamese Dream (1993)

Agora sim os Pumpkins fazem um grande disco, dosando melhor seu lado heavy metal com o rock alternativo guitarreiro e pitadas pop. Saem os vários solos de guitarra, entram canções mais sucintas, mas não menos barulhentas. Cherub Rock, Today, Rocket e Disarm viraram hits. Mas faixas como Soma, Mayonaise e Geek U.S.A. (uma das minhas favoritas da banda) também são grandes destaques. Devido ao fiasco comercial de Gish, este disco era um “vai ou racha” para a banda. Até eles se surpreenderam quando ele vendeu mais que as expectativas e transformou os Smashing Pumpkins num dos principais nomes do rock dos anos 90. Discão.

Nota: 9,5


Pisces Iscariot (1994)

Uma compilação formada basicamente por lados B e sobras de gravação de Siamese Dream. Transparece. Tem boas músicas, mas estão mesmo um passo abaixo do material do álbum anterior. Vale por canções mais fora do estilo usual da banda, como a tranquila Blew Away, composta e cantada pelo guitarrista James Iha, dono de uma voz tímida e suave, muito mais agradável que o taquara rachada Billy Corgan. Indicado apenas para colecionadores ou para quem se interessar pelo lado mais obscuro do quarteto.

Nota:


Mellon Collie and the Infinite Sadness (1995)

O disco mais ambicioso do grupo, um álbum duplo, também é sua obra-prima e até hoje seu maior êxito. 28 canções irretocáveis, muitos hits (Tonight, Tonight; Zero; Bullet with Butterfly Wings; 1979 e Thirty-Three), várias outras grandes músicas (Jellybelly, Here Is No Why, Muzzle, Where Boys Fear to Tread, Bodies, In the Arms of Sleep. Poderia simplesmente citar todas do disco) e muita variação melódica. Vendeu horrores, transformou-os de sucesso alternativo a megabanda do dia pra noite e os deixou no auge de sua carreira. Infelizmente, também foi o fim da época áurea dos Pumpkins e, depois, eles nunca mais conseguiram repetir o mesmo nível de sucesso em qualidade ou comercialmente. Para uma resenha minha completa de Mellon Collie escrita para o Delfos, é só clicar aqui.

Nota: 10


Adore (1998)

Gravado como um trio – o baterista Jimmy Chamberlin foi demitido por problemas com drogas após se envolver na morte por overdose do tecladista de apoio que tocava com a eles na turnê de Mellon Collie –, a banda busca um caminho completamente diferente, alternando entre timbres acústicos com momentos eletrônicos, em canções que, para mim, antecipam bastante do que o Radiohead faria dois anos depois em Kid A. Adore é um disco difícil – tanto que dele só saíram duas músicas de trabalho, Ava Adore e Perfect – e que só começa a “pegar” depois de sucessivas audições. Mas a insistência vale a pena, é um belo disco, embora não para todos os momentos.

Nota: 9


Machina/The Machines of God (2000)

Com Jimmy Chamberlin de volta às baquetas, a banda retoma sua formação original (embora a baixista D’arcy tenha abandonado o grupo logo após o término das gravações) e o rock n’ roll, que haviam ficado de fora de Adore. Machina é um disco bom e coeso, cheio de grandes momentos, embora pudessem ter enxugado umas duas ou três faixas sem problema. The Everlasting Gaze; Stand Inside Your Love e Try, Try, Try foram os singles escolhidos. Heavy Metal Machine e Blue Skies Bring Tears são outros exemplos positivos. Porém, ficou claro que os tempos de Mellon Collie não voltariam mais e, para piorar, o grande público já não estava mais interessado nem no Smashing Pumpkins e nem no rock, o que levou Billy Corgan a declarar que não dava pra lutar contra Britney Spears quando justificou por que acabou com a banda no fim daquele ano.

Nota: 8

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O melhor filme do Justiceiro


O Justiceiro, o matador de criminosos mais famoso dos quadrinhos, já teve três versões para o cinema. Todas elas ruins. Uma em 1989, estrelada por Dolph Lundgren, que era tão tosca que o vigilante nem usava a camiseta com o símbolo da caveira.

Uma em 2004 com Thomas Jane no papel principal. O ator se esforçou, malhou, pintou o cabelo de preto, mas por mais louváveis que tenham sido seus esforços, o filme era bem mais ou menos, para não dizer coisa pior.

E a última em 2008 com Ray Stevenson como o personagem. Essa, a menos pior das três, poderia ter rendido um bom filme se os atores que interpretam os dois vilões não pensassem que estavam num Loucademia de Polícia.

Eis que surge a melhor versão num fan film independente, chamado Dirty Laundry, que conta justamente com Thomas Jane novamente como Frank Castle, enfrentando uma gangue de rua. Também há uma participação de Ron Perlman, como o cara da loja de bebidas.

Destaque para as várias utilidades de uma garrafa de Jack Daniels, o popular Zé Daniéis. Confira o filme aí embaixo: