Continuando
a retrospectiva das adaptações de HQs para o cinema das duas grandes editoras
dos EUA, chegou a hora de fazer o apanhado do longas baseados em personagens da
Marvel Comics, a editora mais popular e a que mais consegue acertar nessa
transposição de mídias, com muitos filmes bons (e alguns erros crassos, é
verdade) e várias franquias lucrativas.
Vale
lembrar, só entraram na lista filmes feitos a partir do boom das adaptações de quadrinhos, que aconteceu justamente a
partir do lançamento do primeiro longa dessa matéria. Filmes anteriores, deixei
de fora, mas pode ser que faça uma outra matéria só falando deles, veremos o
que acontece. Por ora, sigamos em frente.
Blade – O Caçador de Vampiros (1998)
A
Marvel aposta em um filme de ação tradicional, estrelado por um personagem de
terceiro escalão, e se dá bem. Foi um baita sucesso, levantou a carreira de
Wesley Snipes e abriu as porteiras para novas adaptações, apagando o fiasco Batman & Robin, do ano anterior. Os
efeitos especiais envelheceram mal, mas o filme ainda é bastante divertido.
X-Men: O Filme (2000)
Com
o sucesso de Blade, a Marvel viu que
dava pra fazer um bom trabalho nas telas e ganhar dinheiro com isso e liberou
logo seu principal grupo de heróis para uma tentativa no cinema, embora ainda
com certas ressalvas, no caso um orçamento modesto da Fox para uma produção
desse tipo. Bryan Singer gerenciou bem o dinheiro, descobriu Hugh Jackman e fez
um ótimo filme apresentando os mutantes ao público do cinema. Agora que um
medalhão também se provara bem sucedido, ninguém mais pararia os heróis Marvel.
Blade II – O Caçador de Vampiros (2002)
Guillermo
Del Toro assume a direção e usa este filme como laboratório para fazer
posteriormente Hellboy. Mais
personagens, mais ação e mais efeitos especiais. A crítica e os fãs gostaram
mais que o primeiro, mas na época o assisti e achei bastante bobo, tanto que
nunca mais o revi inteiro. E só no Brasil mesmo para repetirem o mesmo
subtítulo dado ao primeiro filme!
Homem-Aranha (2002)
O
mais popular personagem da Marvel, após anos de tentativas, finalmente chega
aos cinemas pelas mãos de Sam Raimi, fã confesso do personagem. E ele entrega
aquele que seria usado como base para quase todos os filmes de origem. Os
efeitos especiais já eram ruins na época, hoje são ainda piores. Mas o filme
como um todo continua muito bom. Leia minha resenha aqui.
Demolidor – O Homem Sem Medo (2003)
O
Demolidor é um personagem bacana que poderia ganhar um ótimo filme, próximo de
um Batman, era só pegar a fase de
Frank Miller no gibi como base. Ao invés disso, fizeram uma mistureba meia boca
com um diretor medíocre e Ben Affleck como protagonista. Confesso que caí nessa
quando assisti pela primeira vez: achei legal. Mas não sobreviveu a uma segunda
vez e todos os seus muitos defeitos saltaram aos olhos. Não chega a ser uma
desgraça completa, mas está longe de ser bom. O personagem merecia mais.
Ganhará um reboot nos próximos anos.
X-Men 2 (2003)
Agora
com mais dinheiro e mais à vontade, e com uma graphic novel clássica dos personagens como base (Deus Ama, o Homem Mata), Bryan Singer
faz o melhor filme dos mutantes até hoje. Desde a sequência de abertura já
clássica, com o ataque de Noturno à casa branca, passando por Wolverine
defendendo a escola dos soldados, ao final com seu gancho fazendo alusão a uma
das sagas mais queridas dos X-Men, é tudo uma beleza.
Hulk (2003)
A
ideia era boa, chamar o artístico Ang Lee para dirigir um filme cabeça de
super-heróis, contando com um elenco afiado e privilegiando a ação psicológica
à física. Pena que não deu certo. O filme se estende além da conta, os
cachorros Hulk são uma vergonha e o Hulk em si ficou artificial demais. Valeu
pela tentativa de sair do lugar-comum e pela montagem esperta, cheia de divisões
de tela, como os painéis de uma HQ.
O Justiceiro (2004)
O
anti-herói já havia ganhado um filme tosco estrelado por Dolph Lundgren no fim
dos anos 80, mas agora seria a versão “valendo”, após o boom das HQs no cinema. O tiro saiu pela culatra. Frank Castle na
ensolarada Miami? John Travolta como um mafioso genérico? Ao menos tentaram
usar uma das melhores fases dos quadrinhos, a passagem do ensandecido Garth
Ennis pelo título, mas nem isso salvou. Foi um baita fracasso, e no Brasil foi
direto pra vídeo depois de muita enrolação.
Homem-Aranha 2 (2004)
Sam
Raimi, com mais liberdade criativa, imprime mais de seu tresloucado estilo
próprio a esta película, fazendo mais um exemplar para figurar em qualquer
lista de melhores filmes baseados em histórias em quadrinhos de todos os tempos.
Confesso que quase chorei na cena do trem. O melhor filme do amigão da
vizinhança até aqui.
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