Eu
gosto de dormir. O ato abre as portas para o mundo dos sonhos, bem mais
interessante que a vida real. Ou seja, não sou da galera que considera dormir
uma perda de tempo. Pelo contrário. Acho que exercita a criatividade e fornece
material para incontáveis histórias.
Ultimamente,
contudo, ando dormindo pouco. Não é insônia. Apenas passei a dormir bem menos
do que dormia antes. Talvez seja um sinal da chegada da idade. Não dizem que
velho dorme pouco?
Não
estou com nenhum problema pessoal e nem preocupado com nada para ser algo de
fundo nervoso. Simplesmente tenho dormido menos. Acordo normalmente,
descansado, mais cedo que o de costume. Já tentei dormir mais cedo, não dá,
fico rolando na cama.
Recentemente
resolvi fazer um experimento. Como eu odeio acordar no susto com o som
irritante do meu despertador, resolvi desligá-lo e acordar sozinho, fosse que
hora fosse. Meu relógio interno já se adaptou ao despertador, me acordando
sempre antes dele tocar.
Não
deu certo, mesmo sabendo que o despertador não está ligado, acordo mais ou
menos no mesmo horário de antes, coloque aí uns 20 minutos para mais ou para
menos. Finais de semana fico acordado até mais tarde, aproveitar melhor, eu
gosto da noite, durante um longo período quase troquei o dia por ela. Também
não importa, acordo cedo mesmo assim. Que diabos vou fazer acordado às oito da
madrugada em pleno domingão? Não sei, mas aparentemente meu corpo acha que deve
pular da cama nesse horário.
Se
eu forçar a barra, ficando uns dois dias seguidos indo pra cama bem tarde,
eventualmente consigo acordar mais tarde, mas mesmo assim longe das indicadas
oito horas de sono. E tudo bem, tirando as pescadas no começo da noite. Coisa
de velho. Seria esse o modo como meu corpo me diz: ei, vamos ficar acordado?
Você não tem mais tanto tempo pra desperdiçar como antigamente.
Como
consequência, os dias estão maiores. As ideias, por outro lado, mais escassas.
A idade chega, o sono se manda e o reino dos sonhos fica mais distante. Isso
daria uma boa história do Sandman...
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