quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Capangas Contratados S02E16


O fim chegou! Não o fim do mundo, este ainda está estrebuchando (por quanto tempo, quem vai saber...), mas o da segunda temporada de Capangas Contratados!

E como era de se imaginar, é uma conclusão explosiva, afinal, o repertório deles de resolução de problemas é um tanto limitado...

Seja como for, espero que você tenha se divertido com eles nessas dezesseis semanas e por enquanto é só p-pessoal. Talvez algum dia eles voltem, muito provavelmente não, mas se for só isso, já tá de bom tamanho. Enquanto isso, o blog continua com postagens esporádicas, dependendo do que me der na telha escrever.

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Capangas Contratados S02E15


Falta pouco agora, já tá dando até aquela tristeza. Penúltimo episódio e o confronto final com o descomunal ninja que encheu o saco dos capangas durante toda a temporada.


E semana que vem volte aí para o fim de tudo (ou não!).

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Capangas Contratados S02E14


Já dizia o velho ditado: vingança é um prato que se come frio. A não ser que você seja como os capangas que, sem paciência, comem quente mesmo e acabam queimando a língua...

De quebra, um flashback pra quem já estava com saudade de certo personagem que nos deixou recentemente.


sexta-feira, 24 de julho de 2020

Capangas Contratados S02E13


É isso aí, garotada, o começo do fim. Entramos no último arco desta segunda e talvez última (vai saber...) temporada de Capangas Contratados!

Com um capanga a menos (sim, aquilo aconteceu mesmo) e uma participação especial das antigas ao melhor estilo universo compartilhado, resta aos sobreviventes engolirem o choro e partir para a boa e velha vingança.


quinta-feira, 16 de julho de 2020

Capangas Contratados S02E12


O fim está próximo. Da temporada? Da série toda? Tanto faz... Falta pouco agora, estamos oficialmente na reta final.

E justo quando os capangas estão contemplando a aposentadoria, seu maior inimigo até aqui (em todos os sentidos) retorna para mais um assalto de porradas, tiros e explosões. Apenas mais uma quinta-feira normal no escritório? Você decide (espera, isso já é outro programa)...


quinta-feira, 9 de julho de 2020

Capangas Contratados S02E11


Mal retornam de suas aventuras internacionais e os Capangas são recepcionados de volta a terras brasilis com chumbo grosso!

Um episódio recheado de ação e balas voando para todo lado. Ou seja, uma típica história clássica de nossa sitcom.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Capangas Contratados S02E10


A terceira e última parte deste arco intitulado com mais um trocadilho totalmente infame, outra das especialidades da casa...

Enfim, neste episódio, os protagonistas ganham um presente inesperado. Quem disse que não há gentileza entre a bandidagem?


E não é que já estamos entrando na reta final? Falta pouco para o sangrento desfecho. Da temporada? Da série toda? Tanto faz, vai ser divertido.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Capangas Contratados S02E09

Preciso dizer que este é um dos meus episódios favoritos de toda a saga dos Capangas Contratados. Sim, contando as duas temporadas.

Certamente foi um dos mais divertidos de escrever e dos mais divertidos de reler para a revisão antes da publicação. Tem alguma coisa que sempre me atraiu não apenas em adaptações bem livres de uma outra língua, quanto em traduções propositalmente errôneas. Não sei bem o porquê, é apenas algo com o qual eu costumo brincar, mesmo em conversas, até hoje.

Mas enfim, aqui está o episódio 9, e semana que vem volte aí para ler a conclusão deste arco.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Capangas Contratados S02E08


E chegamos à metade do caminho com este episódio, que também dá a partida em um novo arco em três partes, com os capangas se tornando internacionais.

Bom, tem quem fale que Miami já é quase uma extensão do Brasil, mas ainda assim tá valendo. Enfim, com algumas horinhas pra matar (figura de linguagem mais que apropriada neste caso) até sua importante reunião de negócios, a turminha se mete em altas confusões na gringa.

Leia aqui o novo episódio e volte semana que vem para a continuação.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Capangas Contratados S02E07

A pressão da máfia chinesa e seu aparentemente infindável exército de ninjas (eu sei que ninjas não são chineses, mas e daí? O importante é a mistura de culturas!) contra nossos três protagonistas continua.

Daí que a bandidagem local em geral acha que não precisa pagar o que deve e tenta dar o calote. Aí você sabe como é que é, ninguém gosta de cobrar, mas quando não há outro jeito... Faz-se com ameaças ou chumbo.

Clique aqui para ler o sétimo episódio.

sábado, 6 de junho de 2020

Capangas Contratados S02E06


Refletindo a nova situação dos capangas convertidos em chefes da máfia, a reputação e, consequentemente, o respeito que eles impõem, já não é mais o mesmo de antigamente...

Daí que o pessoal acha que pode folgar com eles e acabam tendo de ser postos no seu devido lugar, nem que tenha que ser na base da bala.

Está aí o sexto episódio da segunda temporada de Capangas Contratados. É só clicar aqui para ler.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Capangas Contratados S02E05


Conforme o título do episódio entrega, após o explosivo arco inicial desta nova temporada, os capangas voltam à boa e velha rotina. De volta a sua base de operações, tentam se reorganizar e, enquanto isso, jogam conversa fora. Com muito nonsense politicamente incorreto envolvido.

Verdade seja dita, eu me contentaria em fazer uma temporada inteira onde nada acontece, apenas com os três conversando os maiores absurdos. Essa sempre foi a parte mais divertida de escrever esse negócio.

Mas enfim, clique aqui e confira o quinto episódio.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Capangas Contratados S02E04


Porrada! Tiros! Explosões! Espadadas! Tudo isso e muito mais na conclusão do arco inaugural da segunda temporada de Capangas Contratados.

Com o trio de protagonistas finalmente reunido, só resta enfrentar um pequeno exército de ninjas neste movimentado episódio. Clique aqui para conferir e semana que vem, uma nova história.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Capangas Contratados S02E03


A trinca está formada novamente. A peça que faltava está reunida a Tavares e Souza. O Novato, o qual será eternamente chamado assim, está de volta.

E na semana que vem, a espetacular conclusão do arco de abertura desta nova temporada de Capangas Contratados. Não perca.


quinta-feira, 7 de maio de 2020

Capangas Contratados S02E02


No episódio de hoje, aquele que todo mundo estava esperando: Souza. O mais depravado, violento e amoral dos três. Portanto, o mais divertido de escrever.

O método para criar para o personagem sempre foi muito simples. É só pensar nas piores coisas imagináveis e que ele se diverte a valer realizando tais atos e pronto, diálogos/situações do Souza criados.

Enfim, clique aqui e confira a segunda parte deste arco inaugural da segunda temporada. E na semana que vem tem mais.

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Capangas Contratados S02E01


Eles estão de volta! Bom, mais ou menos...

Esse primeiro episódio da segunda temporada serve para estabelecer o que aconteceu após o término da primeira e uma nova situação. Mas devagar a gente chega lá. Afinal, é apenas a primeira de quatro partes do arco inicial.

Então, sem mais delongas, clique aqui e boa leitura!

Ah, e eu vou colocando também cada novo episódio simultaneamente na seção Minhas Sitcoms Literárias para ficar tudo organizado. No mais, semana que vem a segunda parte. Até lá.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Capangas ressuscitados


Já que eu reativei esse blog, vou aproveitá-lo pra desovar algo que estava apodrecendo no fundo de uma gaveta virtual já faz uns bons tempos: a segunda temporada de Capangas Contratados. Para ser mais exato, ela já estava escrita há seis anos. E lá permaneceu, como um cadáver em decomposição escondido pelos três protagonistas da série.

Na verdade, já faz tanto tempo que eu não me lembro mais porque ela não foi publicada como o planejado, mesmo estando toda no papel. E foi ficando, e os anos foram passando. E aqueles três psicóticos malucos enterrados vivos, com suas novas aventuras devoradas pelas traças virtuais.

Aí, quando reativei o blog e recoloquei a primeira temporada e também Vida e Obra de um Ninguém de volta no ar, pensei, por que não aproveitar e desenterrar a segunda de Capangas Contratados? Então é isso que eu vou fazer.

O humor politicamente incorreto, beirando o ofensivo e o escroto ainda estão lá. E a passagem dos anos deixou algumas coisas, ainda bem, quase além do aceitável. Mas aí eu lembro que se trata de uma história totalmente exagerada, quase cartunesca e splatter, de três psicopatas que matam sem distinção de raça, gênero ou credo e aí tudo fica bem, oportunidades iguais para todos!

Por isso, fiz alterações mínimas durante a nova revisão. Não escreveria mais algumas coisas como seis anos atrás, mas se ficasse refazendo tudo viraria uma maçaroca desconjuntada. Melhor deixar como um retrato do passado mesmo, com seus erros e acertos, até porque, para minha surpresa, gostei da maioria das coisas que reli.

Essa temporada havia sido concebida para ser menor que a primeira, com 16 episódios ao invés dos 26 da anterior. Está mais sucinta, mais redondinha, mas igualmente divertida (para quem gosta desse tipo de humor demente e dessas referências de cultura pop, claro).

E ela também funciona tanto como desfecho para a série quanto dá margens para a história continuar. Para ser sincero, duvido que isso vá acontecer, mas nunca se sabe. Vai que daqui há mais seis anos me dá na telha de sentar a bunda no computador e batucar uma terceira temporada apenas porque sim? Vai que...

Mas se não for, essa funciona como um final bacana para a sangrenta saga de Tavares, Souza e o Novato (e sim, mesmo todos esses anos depois, sejam os passados no mundo real ou os transcorridos dentro da história, ele continua sendo tratado assim).

Enfim, vou publicar um por semana e ele não está naquela diagramação com projeto gráfico bacana da primeira temporada porque eu não sei fazer aquilo (era o Jean Di Barros que diagramava todas as sitcoms literárias) e não estou a fim de aprender. Prefiro fazer outras coisas, tipo fuçar no fundo do baú pra ver o que mais sai de lá.

Mas o texto, que é o que importa, está todo lá, arrumadinho, revisado e escorrendo sangue e tripas fictícias a cada página. Então, se alguém aí estava com saudade do trio de delinquentes menos famoso do mundo, volta aí semana que vem para a estreia da nova temporada.

terça-feira, 14 de abril de 2020

Quando a música era tátil



Um tempo atrás fiz algo que não fazia já há um bom tempo: comprei uns discos. Discos físicos, CDs, aquele formato ultrapassado, quase morto. Mas que ainda resistem, aguardando seus últimos suspiros. 

Eu mesmo resisti bravamente até onde pude. Comprava discos quando praticamente ninguém mais o fazia. Quando todos já baixavam em mp3 e, posteriormente, ouviam em streaming. Comprava porque ainda acreditava naquela qualidade física, tátil, e, sejamos francos, possessiva.
        
Aquele disco era meu, fui lá, escolhi, paguei, e cada escutada é prova de meu investimento em ação. Assim como o investimento do artista, que foi lá, gravou entre 10 e 14 músicas, pensou na melhor ordem para arranjá-las em um trabalho coeso, completou com um projeto gráfico que dialogasse com a sonoridade, lançando tudo num pacote atraente. Apenas para a molecada mais nova ignorar tudo isso solenemente e ouvir só uma ou duas faixas nas plataformas digitais e olhe lá.
        
Eu tenho uma personalidade de colecionador. Quando gosto de algo, gosto de ter aquilo. Sejam discos, filmes, livros, quadrinhos, gosto de ter a possibilidade de, se quiser revisitar aquela obra a qualquer momento, ela estar ao meu alcance físico, sem precisar ligar o computador para isso.
        
Nem vou entrar em méritos e deméritos de consumismo e possessividade, já fiz essa autoanálise e prefiro deixá-la só para mim. Acima de tudo isso, é simplesmente bom pegar algo na mão, sentir nos dedos. A música pode sim ser tátil e o foi durante décadas, tá aí o vinil até hoje, talvez o maior exemplo de fetichização musical, desde tirar a bolacha da capa, sentir seu cheiro característico, até o momento em que a agulha entra em contato com as ranhuras, fazendo aquele barulhinho tão próprio.
        
CDs eram assim para mim. Foi a plataforma da minha geração. Gostava do ritual inteiro. Desde abrir o plástico que embrulhava o disco novo, colocá-lo no aparelho de som (lembra deles?), manusear o encarte e, se houvesse, ler as letras enquanto ouvia as canções. Isso fez maravilhas pelo meu inglês.

No meu tempo é que era bom
        
Claro, isso era coisa de moleque, na vida adulta não é tão fácil arrumar tempo para verdadeiramente ouvir música. Escutar enquanto não se faz mais nada e não como mera atividade paralela, como ruído de fundo, para abafar aquele silêncio tão incômodo, Deus o livre de ficar um segundo sequer sozinho com os seus pensamentos...

Hoje o lugar onde mais ouço música é no carro e não em casa. Mas ainda assim comprava discos, no final mais pelo puro colecionismo, pela completude da discografia de alguma banda/artista do que por qualquer outra coisa. Já não era mais por prazer.
        
Achava que nunca ia me cansar da música, que em um momento ou outro ela sempre acharia o caminho de volta (como já havia acontecido algumas vezes). Que aqueles que diziam que não se fazia mais nada de novo bom – que não ouviam mais novidades – eram clichês ambulantes, e que isso jamais aconteceria comigo. Escrevi até textos explorando esse ângulo.
        
Mas a vida é imprevisível e, quando menos percebi, exatamente isso acabou acontecendo comigo também. E nem foi aos poucos, ainda que não seja capaz de precisar um momento específico. Mas chegou uma época em que simplesmente... desencanei. De praticamente tudo na música. Parei de comprar CDs, ainda baixava, mas mal escutava. Duas ou três vezes, se tanto, e ia para alguma pasta no meu computador pegar poeira virtual.
        
Virei o clichê que tanto combatia. Novos artistas não ouço mais. Não tenho mais saco para ir atrás, e mesmo quando alguma coisa é recomendada, dou uma orelhada e invariavelmente penso uma de duas coisas: fraco ou nada de mais. Aquela sensação incrível de moleque, de ouvir uma daquelas que seriam uma de suas bandas favoritas pela primeira vez, aquela coisa que mexia com seu cérebro e sensações físicas e emocionais, tentei recapturar muitas vezes sem sucesso ao longo desses últimos anos até me conformar de vez.

Meu gosto pessoal está formado, e nada mais vai me surpreender. Aquela coisa de “uma banda pode salvar sua vida” ficou na adolescência e início da vida adulta. E não volta mais, fato.
        
Mesmo novos trabalhos de artistas que eu gosto já não me empolgam mais. Caí naquele segundo clichê do fã, aquele para o qual os primeiros trabalhos são sempre os melhores. Artistas da música (pelo menos os do rock), diferente do vinho, não costumam envelhecer bem. Ouvia os trabalhos novos só para constar. Até que deixei de ouvir, até mesmo meu completismo antes beirando o obsessivo cedeu e caiu  de vez perante esse desencanto.
        
Não vou entrar na discussão sobre a qualidade geral dos artistas contemporâneos e/ou o fato de que a música acessível de todos para todos, a um mero clique de distância, diluiu gostos musicais e tornou menos especial o fator da descoberta. Tudo isso são assuntos maiores e que não vêm ao caso no momento.

Prateleiras físicas com poeira de verdade

A questão é que, depois de muito tempo, comprei dois discos. Numa loja. Eu sei, elas ainda existem, de vez em quando a gente até esquece disso. Tá, não foi aqui no país. Foi numa viagem que fiz pra fora. A loja (de uma franquia que aqui já foi forte, mas definhou e morreu até sair totalmente de nossas terras) estava ali, deu vontade e entrei.
        
Comparado com as gigantescas lojas de outrora, a sessão de discos era minúscula. Mas ainda tinha coisas que eu não encontraria aqui mesmo no auge dos estabelecimentos nacionais.
        
Pra ver como estava distante dessa parte tão importante da minha formação cultural: vou displicentemente dar uma olhada na seção da minha banda favorita, e me deparo com um disco que não apenas eu não tinha, como nunca tinha ouvido falar. Era uma coletânea de gravações feitas para um programa de uma rádio britânica entre os anos 1970 e 80, mas o álbum em si era do ano passado. Um ano inteiro se passou sem que eu soubesse de sua existência.

Foi uma constatação triste, saber o quanto eu me desliguei de algo que antes era tão importante para mim. Por outro lado, ao me deparar com aquele objeto estranho, por uma fração de segundos aquela fagulha reacendeu. Eu achava que tinha tudo deles, até o último lado b obscuro. Pense de novo, eis algumas versões que você ainda não ouviu. O moleque de 15 anos que um dia fui mandou um oi lá do fundo da minha consciência.

Aí me lembrei de outra banda. Sempre quis seu disco mais conhecido, mas nunca o achava para comprar. Dei de cara com uma edição especial comemorativa do seu aniversário de 20 anos. O disco remasterizado acompanhado de material extra, faixas ao vivo, demos, o esquema todo.
        
Eu consegui sentir meu sorriso se abrindo quando o peguei na mão. Naqueles breves minutos na loja, com aqueles dois CDs em minhas mãos, relembrei o que a música tem de especial para mim, e tudo aquilo que andava enterrado nos últimos tempos.
        
Claro, eu só poderia ouvi-los quando voltasse para casa, mas mesmo essa espera gerou aquela expectativa boa, do momento onde ia parar tudo (porque eu ia parar como o fazia antigamente, a ocasião pedia) para ouvi-los.

Aquela velha sensação

Nesses poucos minutos me deu saudade de voltar a comprar discos, não pela internet, como fazia já na minha chamada fase terminal, mas presencialmente. Perambular pelas gôndolas, dedilhando as caixas, tentando encontrar aquela joia perdida, escondida entre tantos outros. Não ter um objetivo definido, mas sim ser surpreendido, descobrir algo novo casualmente. Algo que torrents e streamings mataram, com suas milhões de opções na ponta dos ouvidos convidando ao descaso imediato.
        
É outra forma de se ouvir música. Nem certo nem errado. Só não é a minha forma de se ouvir música. E eu nem sou tão velho assim para renegar a tecnologia. Nada contra, ela é útil e prática. Conheci muitas bandas e artistas que do contrário jamais teria acesso. Mas repito: não é a minha forma de ouvir música.
        
Naquele encontro casual com aquela loja de discos, fui relembrado de algumas boas sensações que a minha forma de abordar a música me proporciona. Eu não estava morto por dentro para ela, apenas hibernando.
        
Bom saber que ainda era capaz de sentir um pouco daquela excitação juvenil. Agora sei que ela ainda está por aqui, é muito mais difícil trazê-la à tona, mas ainda é possível.
        
Sei também que essa compra foi um fato isolado. Não vou voltar a comprar discos com a regularidade dos bons tempos. É capaz até de passar mais alguns anos sem adquirir nenhum álbum novo (baixar na internet não conta), mas se o acaso me colocar novamente em uma situação similar, por que não?
        
Aqueles discos em minha mão, a música não apenas como meio sônico, mas também tátil, esse é o meu modo de apreciá-la. Nada contra o vazio do ciberespaço, mas música você ouve, você enxerga, está ao alcance de seus dedos, não em sentido figurado, não como metáfora para a facilidade da internet, mas no sentido literal. Eu fui, peguei, transportei. Música quando mídia tátil.
        
As pequenas alegrias. Às vezes cabem na palma da mão.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Meio Mad Max


Para quem sempre gostou de cenários pós-apocalípticos, é curioso como alguns deles ultimamente ameaçam de acontecer (ou começam a ocorrer) na vida real.

Ruas vazias, comércio fechado, idiotas estocando mantimento, os aproveitadores de sempre tentando se dar bem com o medo e apreensão da população. Se você já viu um filme ou leu um livro/quadrinho de temática pós-apocalíptica, conhece esses lugares comuns. Às vezes eles saltam da ficção para a realidade.

A definição é errônea. O apocalipse não aconteceu (ainda). Talvez daqui há mais dois ou três vírus, quem sabe os mortos não passem a caminhar sobre a terra por falta de lugar no inferno.

Por enquanto o cenário não é tão ermo. Não chegamos lá, estamos apenas a caminho. Como no primeiro Mad Max, onde a civilização ainda não havia desmoronado, mas o pano de fundo dava a entender que tudo estava indo para o saco, embora as instituições fizessem um último esforço para manter a ordem. Era preciso prestar atenção nas conversas e informes do rádio da polícia para pegar os detalhes desse panorama.

Ou ainda The Rover – A Caçada, que se passa numa situação similar, com menos detalhes ainda. Parece ser um colapso econômico levando o mundo à boca da ruína da sociedade. E qual é a dos australianos com esse tipo de construção de mundo, a um passo da falência total? O que será que eles sabem lá do outro lado do planeta?

Eu sempre gostei desse tipo de história, tanto as verdadeiramente pós-apocalípticas quanto as do tipo “à beira do colapso”. É um bom exercício imaginar o mundo em alguma situação similar, como seria viver nele.

E eis que ultimamente nem precisamos mais desse exercício. Quando, numa segunda-feira que não é feriado nem qualquer outra data especial, você tem ruas vazias, quase desertas, com menos trânsito que nas festas de fim de ano? Comércio fechado, poucas pessoas andando pelas ruas, muitas de máscara. Faltou só aquela decoração de fim de mundo, asfalto rachado (bom, isso até que é fácil de encontrar...), prédios ruindo, o mato invadindo as rachaduras no concreto, aquelas folhas de jornal carregadas pelo vento.

E uma paz que há muito não se via na terceira maior cidade do mundo. E para tudo isso acontecer, bastou apenas um vírus se alastrar... Situação de ficção científica deixando todo mundo em casa e provando que teríamos mais qualidade de vida com menos gente por perto.

E é óbvio que, justo quando a recomendação é de se isolar em casa, aí é que bate aquela vontade de ir lá pra fora, curiosidade mórbida misturada à chance poucas vezes oferecida de se poder conferir ao vivo e a cores o cenário descrito pouco mais acima.

Além da Cúpula do Trovão

Antes disso veio aquela greve dos caminhoneiros que cortou o fornecimento de combustível. Filas nos postos, racionamento dos veículos, meios de transporte alternativos. Por que é que nos filmes pós-apocalípticos ninguém anda de bicicleta?

Gasolina virou, naquelas semanas, uma commodity rara e valiosa O que é mais Mad Max do que isso? Lorde Humungus, o Aiatolá do Rock n’ Roll, ficaria orgulhoso.

Novamente ruas mais vazias, noticiários beirando o fantástico, uma chacoalhada no status quo que eu sempre achei bem interessante. Um dia você tem, no outro não. Tudo pode acabar assim, do dia para a noite. Seja a gasolina, seja o cotidiano de uma metrópole. Meu espírito de porco vibra.

Engraçado que naquele período, ironicamente, fui viajar de carro (após conseguir um pouco do precioso líquido com meu amigo Humungus). Na metade do trajeto parei num posto. Não para abastecer, mas para esticar as pernas, usar o banheiro, comprar um tira-gosto. O local estava quase deserto, nada dos ônibus que sempre paravam lá, um ou dois carros, moscas voando e um cachorro sarnento.

E vindo do sistema de som do local, Tina Turner cantando We Don’t Need Another Hero. Não seria mais perfeito nem se alguém tivesse escrito isso. Nem se tivesse saído da imaginação do próprio George Miller. Porque estava acontecendo. Uma sincronicidade incrível ou o gaiato que controlava o sistema de som também era fã de Mad Max e também reconheceu a situação que fazia ecos à série e a trilha sonora perfeita para o momento?

Gosto de acreditar no primeiro pela pureza, mas o segundo também me agrada pelo senso de humor similar ao meu. É sempre bom saber que em tempos que se aproximam do fim ainda há ironia no ar. Mesmo que venha misturada a um vírus letal. 

sábado, 4 de abril de 2020

O que o tédio não faz...


Epidemia rolando, cenário de início de fim de mundo acontecendo, e nada de bom pra ver na tevê. Nem um futebolzinho, nada de mesas redondas, todo mundo confinado e enfurnado dentro de casa.

Inevitável que o tédio batesse. Daí que, sem nada pra fazer, volto a este espaço após mais de um ano de ausência. Considere um período sabático. Dei uma brincada com o visual do blog e, mais importante que sua nova cara, arrumei aquele monte de links quebrados.

Ou seja, as sitcoms literárias estão novamente disponíveis para leitura, assim como o primeiro capítulo do meu livro Espaços Desabitados. E vou botando uns textos novos aqui e ali sempre que der na telha, sem periodicidade definida. 

Pode ser que aqui volte a ter uma boa frequência de publicação, pode ser que eu poste mais uns dois ou três textos e largue isso aqui às moscas de novo, sei lá. Mas, nesses tempos tediosos, é sempre bom ter alguma coisa pra ler (e fazer).