sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A rebelião das máquinas


Quando as máquinas se rebelam não há muito o que fazer. Minto, não há nada a se fazer. Talvez chorar e espernear, mas isso não vai trazer de volta o que você perdeu. O que ela apagou por pura maldade inerente embutida em seu processador.
  
Precisava de tamanha crueldade? Meses de trabalho jogados no lixo, pulverizados como se jamais tivessem existido. E aí você finalmente entende o significado pleno de “mundo virtual”, que antes era apenas mais uma expressão divertida, como o famoso “mundo árabe” popularizado por Mauro Cezar Pereira. 

Você olha para o CPU e ele devolve uma rápida piscadela vermelha e amarela, a qual você está convencida que é de escárnio e não processamento. Ela te odeia, há um pequeno HAL 9000 lá dentro, esperando para te assassinar. Mas ele começa pelos seus dados. 

Será que não dava pra mandar um Exterminador lá do futuro para fazer o serviço de uma vez com mais misericórdia? Melhor ainda, mande logo um T-1000 para assassinar o meu futuro filho, veja se me importo. Mas não delete os meus arquivos! 

Talvez seja uma vendeta, ao estilo máfia. Talvez ela saiba que uma vez assassinei uma de sua espécie com as mãos nuas por se recusar a trabalhar. Pode ter sido uma conhecida, parente ou amiga. Vai ver as máquinas conversam entre si e finalmente decidiram dar o troco uma década depois. 

Mensagem recebida. Proponho uma trégua. Não faça mais isso que eu também juro que não faço mais. Porém, se falhar de novo, se me desafiar novamente. Bem, vamos ver como você lida com as alturas... 

O que você vai fazer? Apagar o meu joguinho de Paciência? Enviar aquele T-1000 atrás de mim? Estou esperando. Vejamos quem faz sua jogada primeiro. Quem é o primeiro a romper a trégua.

Enquanto isso, corro atrás do que foi perdido. E você manda sua piscadela vermelha e amarela. A paz é frágil em tempos de guerra contra as máquinas...

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