O episódio dessa semana foi inspirado pela exótica
fauna de cachaceiros encontrada em botecos do interior. Tem de tudo: o bom ouvinte;
o que só ouve pra filar uma rodada grátis; o brigão; o que se acha valente, mas
afina quando a coisa aperta; o pedinte. Alguns entraram na história, outros
ficaram de fora. Algumas situações são reais, outras inventadas (como é de
praxe nessa série).
Me lembro que quando era pequeno, havia um pé de cana
notório no bairro onde minha tia morava numa cidade do interior de São Paulo
(eu sempre a visitava nas férias da escola). Daqueles de andar por aí
tropeçando na própria sombra, conversando com homens invisíveis e caindo pelas
sarjetas. Eu perguntava pra minha família qual era o problema dele, no que me
respondiam: “ele bebe”. Em minha inocente cabeça de menino novo, pensava: se a
bebida faz isso, por que o desgraçado continua a beber? Alcoolismo e beber
recreativamente eram conceitos alienígenas para aquele tenro garoto.
O sujeito era conhecido por um apelido distinto, o
qual não consigo me lembrar de jeito nenhum. Isso faz tempo pra caramba (eras,
poderia se dizer) e, a essa altura, se o figura continuou na mesma toada, já
deve ter empacotado há tempos. Taí, vou perguntar pra minha tia.
Seja como for, esse episódio é em homenagem a esse
célebre pinguço. Saúde. E não esqueça o do santo!
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