terça-feira, 31 de julho de 2012

Vida e Obra de um Ninguém – Episódio 8


A inspiração para esse episódio veio das minhas férias escolares. E do meu progenitor, óbvio, como já havia ficado estabelecido. Toda vez que eu o visitava, o velho estava de rolo com uma mulher diferente. A cada seis meses era uma nova. Nem sei quantas passavam por suas mãos nesse meio tempo.

É preciso admirá-lo. Ele não tem a beleza, não tem o charme, não tem o dinheiro... Mas alguma coisa deve ter (também não é aquilo que você deve estar pensando, eu garanto). Quem dera eu tivesse herdado a manha do véio, teria me poupado de muitas situações constrangedoras. Mas só puxei mesmo foi a mania de organização, o temperamento nervosinho e o dedo do pé encavalado. Valeu, genética!

Verdade seja dita, contudo, Papai Smurf também só pegava mulher de mediana pra baixo, daquelas que passam raspando, e isso dependendo da subjetividade da avaliação, afinal, o sujeito pode ser bom no que faz, mas também não é mágico.

A mulher que inspirou a personagem Marta existe, e era mesmo daquele jeito (as roupas brancas, o cigarro mata-rato), embora nem de longe fosse tão bagaceira assim (só um pouco). E também não tinha filhos (aí já uni com uma outra história). Na realidade, ela era muito gente boa. Me lembro até hoje que ela era uma das poucas pessoas de Bauru que tinha um videocassete e não tinha medo de usá-lo. Na casa dela me recordo de ter assistido Super Mario Bros. e O Gênio do Videogame. É, eu tava passando por uma fase de filmes sobre games...

Ficava assistindo um filminho enquanto eles iam fazer sei lá o quê. Você acha que criança dá a mínima pro que os adultos fazem? Esse foi um rolo que durou algum tempo, entre idas e vindas. Até que em determinadas férias voltei lá e tinha acabado de vez. Grande patriarca Cyrino já estava com outra mocréia, o nível baixando exponencialmente. Numa das últimas vezes que fui lá, já tava dando graças pela baranga ter dois dentes na boca e conseguir assinar o próprio nome. Mas como é mesmo aquele famoso ditado? Mais vale uma na cama, mesmo encarando de olhos fechados, que cinco dedinhos marotos. Bom, é mais ou menos por aí...

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