sexta-feira, 26 de outubro de 2012

10 discos do rock nacional: Parte final


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Continuando a seleção dos meus 10 discos favoritos do rock made in Brasil. A maioria deles ainda está em catálogo. E aqueles que não se encontram mais nas lojas (aliás, mal se encontram lojas de discos hoje em dia) podem ser achados facilmente em sebos.


Raimundos – Raimundos (1994)

Esse pode até destoar um pouco de todos os outros da lista, mas para um moleque de 12, 13 anos, idade que eu tinha quando conheci a banda, isso era a última bolacha do pacote. A mistura de hardcore com forró (ou forrócore, como ficou conhecido) e as letras debochadas e desbocadas, cheias de palavrões e putarias, marcaram toda uma geração. Seu primeiro disco, independente, era o mais enérgico dos brasilienses, e até hoje meu favorito deles. Esse entra aqui pelo grande valor sentimental que permanece forte. Pô, até hoje eu sei cantar toda a letra de Puteiro em João Pessoa!


Baladas Sangrentas – Wander Wildner (1996)

Wildner, vocalista dos Replicantes, lança seu primeiro álbum solo, e cria o chamado punk brega, com pegada instrumental do primeiro e temática lírica do segundo. E eu agradeço. Esse negócio é bom demais, e é uma pena que ele não seja mais conhecido fora do circuito punk e alternativo. Eis mais um disco com hits em profusão, com destaque para Bebendo Vinho (essa ficou famosa na cover do Ira!), Eu Tenho uma Camiseta Escrita Eu Te Amo e Um Lugar do Caralho. E eu racho de rir, toda vez, com as hilárias Empregada e Freira Desalmada, duas músicas que representam muito bem esse lado maroto cafona do músico. Ouça.


Bloco do Eu Sozinho – Los Hermanos (2001)

Esse aqui dispensa apresentações e muito já se falou sobre ele. Justificado. Bloco do Eu Sozinho realmente merece toda a fama recebida. Um baita disco, misturando Beatles, Weezer e marchinhas de carnaval em canções com um acabamento barroco (mas sem perder o pop de vista) como poucas vezes se viu no rock nacional, especialmente no mais recente. Essa banda é daqueles casos de ame ou odeie. Não tem jeito: ou eles são a última grande banda a aparecer por aqui, ou são uns malas pretensiosos. Mas para quem gosta, Bloco é o grande motivo desse amor.


Cosmotron – Skank (2003)

Sim, o Skank, aquela banda de dancehall, cheia de hits radiofônicos como Garota Nacional e É uma Partida de Futebol. Aí eles resolveram dar uma guinada na carreira, experimentar coisas novas e fazer rock. Já tinham ensaiado essa virada no disco anterior, Maquinarama. Mas é em Cosmotron que a realizam completamente. E surpreendem. Goste ou não do som anterior deles, eles sempre o fizeram com qualidade e um faro pop que poucos possuem. Mantiveram isso aqui, fazendo um conjunto de grandes canções, calcadas um pouco em Oasis, um pouco em rock setentista. Para ouvir e constatar: não é à toa que esses caras estão em evidência há tanto tempo.


Seu Minuto, Meu Segundo – Gram (2006)

Já essa banda é uma das grandes promessas não realizadas do nosso rock, e digo isso principalmente por este que é seu segundo e último disco. Se o primeiro ainda tinha cara de demo, cheio de canções com seu potencial não inteiramente desenvolvido, aqui eles entregam um baita disco, daqueles de fazer dar play novamente assim que ele acaba. Para mim, o Gram tinha uma característica especial. Todas as bandas de rock brasileiro inevitavelmente soam como tais. E isso não é uma crítica, apenas uma constatação. Seja pela vontade de misturar gêneros e estilos nacionais a seu som, seja por uma ginga até não intencional, mas já arraigada no DNA do músico brasileiro, toda as bandas transparecem essa característica. O Gram era das poucas que você podia apagar a faixa de vocal e o instrumental soava como uma banda inglesa. E isso era foda, principalmente a guitarra solo, que tinha uma qualidade como poucas vezes vi em bandas daqui. Sérgio Filho também era um excelente vocalista. Até hoje me dói que eles tenham acabado tão cedo. Só posso imaginar o que mais teriam feito se tivessem continuado. Uma pena. Quem não conhece, fica a recomendação, corra atrás.

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