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(This Is Spinal Tap, EUA,
1984)
82min.
Direção: Rob Reiner
Roteiro: Rob Reiner,
Christopher Guest, Michael McKean, Harry Shearer
A
lendária banda britânica de heavy metal Spinal
Tap acaba de lançar um novo disco, Smell
the Glove, e anuncia uma turnê pelos EUA. O diretor Marty DiBergi, fã
número um da dinossáurica banda, vê tal turnê como a oportunidade de ouro para
homenageá-la documentando-a. A partir daí DiBergi passará a acompanhar todos os
shows registrando-os, entrevistando os músicos e os membros da equipe da banda,
e filmando tudo o que acontece nos bastidores da turnê.
DiBergi
nos passa através de seu “rockumentário”, como ele chama seu trabalho, a emoção
dos shows lotados do início da turnê até as humilhantes apresentações finais,
onde a banda, já totalmente desprestigiada, acaba tocando num baile militar.
Nos
mostra que os três integrantes da banda são um trio de “bestas quadradas” com
suas entrevistas pretensiosas e seus egos inflados. Capta momentos marcantes de
bastidores, como os problemas da censura com a capa do disco e o rompimento e
eventual retorno do guitarrista com o resto do grupo.
Lendo
esta sinopse é fácil acreditar que se trata de mais um documentário sobre uma
banda das antigas que tenta um retorno e falha miseravelmente, uma história
muito comum no mundo da música pop. Porém, o fato é que a banda Spinal Tap simplesmente não existe, o
grupo foi formado somente para a realização do filme, o primeiro longa do
diretor Rob Reiner (Conta Comigo, Louca Obsessão).
Escrito
por ele em parceria com os atores Christopher Guest, Michael McKean e Harry
Shearer, que interpretam respectivamente o guitarrista Nigel Tufnel, o
vocalista e guitarrista David St. Hubbins e o baixista Derek Smalls, o filme
nasceu quando os quatro receberam 10.000 dólares para escrever um roteiro e
utilizaram o dinheiro para fazer um curta-metragem como demonstração do que
tinham em mente. A ideia agradou, e o longa pôde ser realizado, sendo que
várias cenas do curta acabaram entrando no filme.
Quem
não conhece muito sobre rock, e até quem conhece, é facilmente enganado pelo
filme passando a acreditar que a banda é real. Vários fatores contribuem para a
veracidade da história:
- Os
três atores principais são também competentes músicos e foram responsáveis pela
criação das músicas do repertório do Spinal
Tap. Além disso, nas cenas de shows eles estão realmente tocando.
- Diversos
fatos ocorridos com a banda, como, por exemplo, passarem de meros imitadores
dos Beatles a metaleiros
progressivos, mesmo que exagerados para maiores efeitos cômicos, são inspirados
em histórias que realmente aconteceram com bandas verdadeiras.
Somente
nos créditos finais sobe uma mensagem dizendo que a banda Spinal Tap é fictícia. Esteticamente trata-se de um documentário
convencional: Marty (o próprio Rob Reiner) faz uma pequena introdução sobre sua
obra e passa a intercalar cenas dos shows com imagens de bastidores, festas,
eventos promocionais, com entrevistas com a banda e pessoas envolvidas, sendo
que ele mesmo assume o papel de entrevistador.
O
filme segue uma certa linearidade mostrando de início o apogeu da banda com o
sucesso dos primeiros shows até a decadência das últimas apresentações. As entrevistas
e as cenas de bastidores seguem essa mesma ordem: no começo, tudo uma
maravilha, e no final, brigas, discussões e a eventual saída de Nigel Tufnel e
do empresário do trio por interferências da mulher do vocalista David St.
Hubbins nos assuntos da banda (uma “homenagem” a Yoko Ono).
Porém
o filme acaba bem, com a banda fazendo sucesso no Japão graças a uma onda de
nostalgia que os coloca novamente no topo da parada de sucessos nas terras
nipônicas. Para encerrar, um detalhe interessante: devido ao enorme sucesso do
filme junto ao público roqueiro, a banda pulou da ficção para a realidade. Os
três atores gostaram tanto da brincadeira que decidiram tornar a banda real, ainda
que temporariamente, gravando discos e fazendo alguns shows especiais.
Em
2000 o filme foi relançado nos cinemas dos EUA e da Europa sendo seguido do
lançamento de uma edição especial em DVD contendo cerca de uma hora e meia de
material cortado da edição final.Ele permanece inédito em nossos cinemas e
locadoras, podendo ser visto, contudo, em canais a cabo.
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