Há
uma vertente da literatura dos escritores etílicos, outra dos drogados e por aí
vai. Em suma, há muita gente que exagera, chapa o coco, farreia a noite inteira
e depois senta a bunda na cadeira e escreve algumas obras, uma ou outra delas
calhando de ser um clássico da literatura. Quem me dera passar 24 horas
acordado manguaçando e depois ainda conseguir escrever algo que não seja meu
bilhete de suicídio devido ao estado em que vou me encontrar quando a festa
acabar.
Eu
só rendo descansado, nem adianta tentar ou forçar. Preciso de umas boas horas
de sono e sem cana na noite anterior. Não adianta, a máxima é sempre a mesma.
Se varei a noite ou dormi pouco, vou acordar na manhã seguinte zumbizando e vou
me arrastar sem conseguir juntar duas frases o dia inteiro.
Se
eu tomar um mé na noite anterior, posso até acordar sem sono, mas os efeitos da
ressaca, em particular aquela dor de cabeça chata, vão me roubar toda a
atenção, bem como mais um dia inteiro. Nada mais irritante do que ver o sol ir
embora e constatar zero produtividade.
Para
poder manter minha rotina de escrita diária (exceto aos fins de semana, porque
aí também já é pedir demais) preciso estar bem descansado, sóbrio e lúcido. Só
assim pra sair alguma coisa da cabeça para o papel. Faço parte da vertente dos
escritores certinhos, caretas e quadrados, portanto.
Quisera eu ser um desses loucões que arregaçam a noite inteira e ainda
conseguem criar algo de valor imediatamente depois. Não sou, aceito e me adapto
ao melhor método para mim. Para criar minhas porcarias, devo estar descansado.
Cada um na sua vertente. A minha é a do escritor descansado.
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