sexta-feira, 25 de maio de 2012

Os Novos 52 – Parte II


Leia também:
- Os Novos 52 - Parte I 

Nesta segunda parte, o segundo lote de 13 revistas dos Novos 52. Tem coisas boas, como o melhor título do Homem-Morcego e o Lanterna Verde com sua cronologia inalterada dando um foda-se pro reboot. Mas também tem muita porcaria insuportável. 

Aviso: O texto abaixo pode conter spoilers. Leia por sua conta e risco.



Batman and Robin #1 (Batman e Robin)

Sem dúvida o melhor título do Homem-Morcego e o que apresenta a abordagem mais diferente. Como o próprio nome entrega, a revista é centrada na parceria entre a dupla dinâmica, Batman e Robin. E com Bruce Wayne de volta à Gotham e como único Batman, basicamente é uma história sobre pai e filho, com Bruce tentando educar Damian, construir um relacionamento com o garoto e compensar o tempo perdido. Mostra também um Batman com uma filosofia de vida um pouco mais leve, menos atormentado, provavelmente resultado da paternidade. No meio disso, eles socam alguns bandidos, mas nem precisava.

Devo acompanhar? Sim.


Batwoman #1

A mais linda revista dos Novos 52 no quesito arte. Desde que assumiu o Batman no início da passagem de Grant Morrison pela revista do Morcego, o ilustrador J.H. Williams III anda no domínio completo de sua arte. Desenhos lindíssimos, layouts criativos e uso de diferentes técnicas (embora não nesta edição em específico) colocam-no num nível muito acima dos outros artistas da editora. Aqui ele ataca também como corroteirista, ao lado de W. Haden Blackman, continuando a história da Batwoman de onde elas haviam parado em suas aventuras antes do reboot. Sinceramente, a trama é qualquer nota, mas esse é o tipo de gibi que você para pra apreciar cada painel, tentando captar os mínimos detalhes.

Devo acompanhar? Sim, ainda que só pela arte.


Deathstroke #1 (Exterminador)

O Exterminador é um daqueles personagens que pode ser ou um dos grandes vilões da DC ou apenas mais um personagem secundário. Tudo depende da criatividade e qualidade dos escritores. Kyle Higgins parece fazer parte da turma sem criatividade e qualidade. Aqui o Exterminador deixa a rixa com os Novos Titãs de lado (ou nunca a teve, esse reboot é extremamente confuso) e volta a focar em sua carreira como o mercenário mais letal do mundo. Como curiosidade, esse é o único título dos Novos 52 com uma história autocontida nesta primeira edição, com começo, meio e fim. Mas que é genérica pra cacete.

Devo acompanhar? Não.


Demon Knights #1

Personagens místicos e sobrenaturais, como Etrigan e o Cavaleiro Andante, vivendo aventuras épicas na Idade Média à parte do resto do novo universo DC. Uau, conseguriam juntar tudo que eu não gosto numa revista só! Essa foi dureza de ler. Um dos piores títulos do pacote.

Devo acompanhar? Não.


Frankenstein, Agent of S.H.A.D.E. #1

Um personagem que começou a ganhar uma maior importância desde Os Sete Soldados da Vitória de Grant Morrison. Sinceramente, nunca entendi por que. Sim, é o mesmo monstro de Frankenstein da clássica história de Mary Shelley. Mas aqui ele trabalha pra uma agência supersecreta do governo, a tal da S.O.M.B.R.A., caçando monstros do mal. Pseudociência, bichos feios e muita embromação em mais um dos piores títulos deste recomeço.

Devo acompanhar? Faça-se o favor de não fazê-lo.


Green Lantern #1 (Lanterna Verde)

A exemplo dos títulos do Batman, os do Lanterna Verde também mantiveram sua continuidade pré-reboot, embora todos os fatos tenham acontecido num período de cinco anos. O título solo do Lanterna continua exatamente do ponto onde havia parado antes de apertarem o botão de reset. Agora Sinestro é novamente um Lanterna Verde, e Hal Jordan, expulso da tropa, encontra dificuldades em retomar sua vida civil, a qual havia negligenciado completamente nos meses anteriores. Como sempre, Geoff Johns continua fazendo um ótimo trabalho com o personagem e os desenhos de Doug Mahnke combinam muito bem com o título. Quanto à qualidade, a revista continua sendo um dos carros-chefe da editora.

Devo acompanhar? Sim.


Grifter #1 (Bandoleiro)

Como todos os personagens criados no começo da Image Comics, o Bandoleiro de Jim Lee (aqui escrito por Nathan Edmondson e desenhado por Cafu. Não, não é aquele) é derivativo ao extremo. Uma mistura de Gambit com Wolverine. Por algum motivo está sendo caçado por uma raça alienígena que só ele consegue ouvir e identificar. Uma bobagem sem tamanho, tremendo desperdício de páginas.

Devo acompanhar? Não.


Legion Lost #1

Não consigo entender qual é a desse reboot. É pra ser tudo novo, mas além de Batman e Lanterna Verde manterem suas cronologias, outros aspectos da velha DC continuam sendo usados nesse reinício, como a ideia da tal Legião Perdida, formada por um pequeno grupo de integrantes da Legião dos Super-Heróis perdido em seu passado, nosso presente, que tem que... ah, quem se importa? Mais uma revista que beira o insuportável.

Devo acompanhar? Só se você for fã da Legião dos Super-Heróis. Não é o meu caso.


Mister Terrific #1 (Senhor Incrível)

Quando um personagem cuja principal característica é ser o terceiro homem mais inteligente do mundo (a saber, os dois primeiros são Lex Luthor e Bruce Wayne) ganha revista própria, é sinal de que há algo muito errado nesse negócio. O Sr. Incrível funcionava muito bem no contexto de grupo da Sociedade da Justiça. Solo, não tem a força necessária para segurar uma revista, tanto que já foi cancelada.

Devo acompanhar? Desnecessário.


Red Lanterns #1 (Lanternas Vermelhos)

Os raivosos Lanternas Vermelhos são bons antagonistas/aliados do Lanterna Verde em suas histórias recentes, mas que eles ganhem título próprio é, no mínimo, estranho. Como no caso do Sr. Incrível, aqui também os personagens não parecem ter força para se sustentarem sozinhos e a história deste primeiro número, para piorar, não disse a que veio. O pior título ligado ao Lanterna Verde.

Devo acompanhar? Só se você faz questão de ler todas as revistas do universo do Lanterna Verde.


Resurrection Man #1

Um antigo personagem com certo apelo cult que toda vez que morre, ressuscita com algum superpoder diferente. Sério, por que a DC continua dando revistas a personagens sem nenhum carisma, com pouca chance de sucesso comercial e com histórias absolutamente genéricas, para não dizer completamente medíocres? Títulos como esse são pura encheção de linguiça.

Devo acompanhar? Não.


Suicide Squad #1 (Esquadrão Suicida)

Já o Esquadrão Suicida sempre teve uma sólida base de fãs. Nessa nova encarnação, nada mais natural que uma nova formação. Assim, personagens tradicionais como o Pistoleiro recebem a companhia de novos membros, como a Arlequina. Até que a história começa bem, com o Esquadrão capturado e sendo torturado, mas não demora muito a cair na mesmice de sempre que está virando a tônica da maioria dos títulos dos Novos 52.

Devo acompanhar? Não.


Superboy #1

A origem do herói é recontada de um modo bastante similar ao que era antes, misturado com o que está sendo feito no desenho Justiça Jovem. Desses títulos de histórias sem qualquer pretensão, este aqui até que diverte, embora quem optar por não acompanhar também não vá perder rigorosamente nada.

Devo acompanhar? Por enquanto sim, vai.

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