Finalmente
completo a geral nas discografias de minhas bandas favoritas com aquela que
ocupa o quinto lugar no meu Top 5, o Smashing
Pumpkins. Formado em Chicago, EUA, em 1988 por Billy Corgan (vocais e
guitarra), James Iha (guitarra), D’arcy Wretzky (baixo) e Jimmy Chamberlin
(bateria), o quarteto sempre foi a ditadura de Billy Corgan, seu principal
compositor e líder.
A
princípio, a ideia era juntar no mesmo grupo influência das sete bandas
favoritas do vocalista, o que resultou numa bizarra mistureba de rock
alternativo, heavy metal, música pop e rock progressivo. Mais tarde, também
entrariam nesse caldeirão pitadas acústicas e até elementos eletrônicos. E
mesmo com tudo isso junto, criaram uma sonoridade que faz sentido, levada por
guitarras altas e bastante distorcidas e pela inconfundível voz anasalada de
taquara rachada de Corgan, em canções de teor tristonho, mas bastante
energéticas.
Fizeram
muito sucesso no meio da década de 90, mas o gênio difícil do vocalista e o
declínio comercial e criativo acabaram fazendo a banda encerrar atividades no
fim do ano 2000 apenas para voltar desnecessariamente sete anos depois sem
metade dos integrantes originais. Hoje em dia, a banda ainda está na ativa,
somente com Billy da formação original, e bem longe de seu melhor período.
Apesar de gostar muito deles, devo dizer que essa foi uma das voltas que não
valeu nem um pouco a pena e preferia que tivessem ficado apenas nas boas
memórias. Mas não se pode ter tudo.
Gish (1991)
Confesso
que não morro de amores pelo disco de estreia da banda. Com uma predominância
pesada de heavy metal, é cheio de solos e falta aquela qualidade pop na mistura
que marcaria seus trabalhos posteriores. Contudo, é inegável que tecnicamente a
banda já estava bastante afiada. A trinca de abertura I Am One, Siva e Rhinoceros é o destaque do disco. O
resto do álbum é apenas razoável e olhe lá. Pra completar, ainda teve o azar de
ser lançado na mesma época que Nevermind,
sendo completamente ofuscado pelo álbum do Nirvana.
Nota: 5
Siamese Dream (1993)
Agora
sim os Pumpkins fazem um grande
disco, dosando melhor seu lado heavy metal com o rock alternativo guitarreiro e
pitadas pop. Saem os vários solos de guitarra, entram canções mais sucintas,
mas não menos barulhentas. Cherub Rock,
Today, Rocket e Disarm viraram
hits. Mas faixas como Soma, Mayonaise e Geek U.S.A. (uma das minhas favoritas da banda) também são grandes
destaques. Devido ao fiasco comercial de Gish,
este disco era um “vai ou racha” para a banda. Até eles se surpreenderam quando
ele vendeu mais que as expectativas e transformou os Smashing Pumpkins num dos principais nomes do rock dos anos 90.
Discão.
Nota: 9,5
Pisces Iscariot (1994)
Uma
compilação formada basicamente por lados B e sobras de gravação de Siamese Dream. Transparece. Tem boas
músicas, mas estão mesmo um passo abaixo do material do álbum anterior. Vale
por canções mais fora do estilo usual da banda, como a tranquila Blew Away, composta e cantada pelo
guitarrista James Iha, dono de uma voz tímida e suave, muito mais agradável que
o taquara rachada Billy Corgan. Indicado apenas para colecionadores ou para
quem se interessar pelo lado mais obscuro do quarteto.
Nota: 7
Mellon Collie and the Infinite
Sadness (1995)
O
disco mais ambicioso do grupo, um álbum duplo, também é sua obra-prima e até
hoje seu maior êxito. 28 canções irretocáveis, muitos hits (Tonight, Tonight; Zero; Bullet with Butterfly Wings; 1979
e Thirty-Three), várias outras
grandes músicas (Jellybelly, Here Is No Why, Muzzle, Where Boys Fear to
Tread, Bodies, In the Arms of Sleep. Poderia simplesmente citar todas do disco) e muita
variação melódica. Vendeu horrores, transformou-os de sucesso alternativo a
megabanda do dia pra noite e os deixou no auge de sua carreira. Infelizmente,
também foi o fim da época áurea dos Pumpkins
e, depois, eles nunca mais conseguiram repetir o mesmo nível de sucesso em
qualidade ou comercialmente. Para uma resenha minha completa de Mellon Collie escrita para o Delfos, é só clicar aqui.
Nota: 10
Adore (1998)
Gravado
como um trio – o baterista Jimmy Chamberlin foi demitido por problemas com
drogas após se envolver na morte por overdose do tecladista de apoio que tocava
com a eles na turnê de Mellon Collie
–, a banda busca um caminho completamente diferente, alternando entre timbres
acústicos com momentos eletrônicos, em canções que, para mim, antecipam
bastante do que o Radiohead faria dois anos
depois em Kid A. Adore é um disco difícil – tanto que dele só saíram duas músicas de
trabalho, Ava Adore e Perfect – e que só começa a “pegar”
depois de sucessivas audições. Mas a insistência vale a pena, é um belo disco,
embora não para todos os momentos.
Nota: 9
Machina/The Machines of God (2000)
Com
Jimmy Chamberlin de volta às baquetas, a banda retoma sua formação original
(embora a baixista D’arcy tenha abandonado o grupo logo após o término das
gravações) e o rock n’ roll, que haviam ficado de fora de Adore. Machina é um disco
bom e coeso, cheio de grandes momentos, embora pudessem ter enxugado umas duas
ou três faixas sem problema. The Everlasting
Gaze;
Stand Inside Your Love e Try, Try, Try foram os singles escolhidos. Heavy Metal
Machine e Blue Skies Bring Tears são outros exemplos positivos. Porém, ficou
claro que os tempos de Mellon Collie
não voltariam mais e, para piorar, o grande público já não estava mais
interessado nem no Smashing Pumpkins
e nem no rock, o que levou Billy Corgan a declarar que não dava pra lutar
contra Britney Spears quando justificou por que acabou com a banda no fim
daquele ano.
Nota: 8
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