terça-feira, 14 de agosto de 2012

Vida e Obra de um Ninguém – Episódio 10


Como é que a pessoa mais impaciente do mundo pode querer se aventurar a virar caminhoneiro? O cara que já sai amaldiçoando até a quinta geração de quem lhe passar pela frente quando encara os congestionamentos bauruenses (tipo uns cinco carros em sua frente). E foi se meter a dirigir por dias, muitas vezes semanas a fio, sem nada como companhia a não ser paisagens tediosas e as músicas sertanejas no rádio?

Pois é, mas aconteceu, embora de maneira um tanto diferente. E nem preciso dizer que não deu muito certo na vida real. Sabe aquelas ideias que você identifica como ruim a quilômetros de distância? A sociedade nessa empreitada foi uma dessas. Assim que soube, cravei para mim mesmo: isso não vai virar. Sem querer ser pessimista ou agourento. É apenas questão de lógica.

É a mesma coisa que ele chegar em casa com um saco de feijões mágicos, garantindo que era legítimo. Você apenas dá um tapa na própria testa e arranja um lugar pra assistir de camarote aquele momento mágico em que ele é o último a se tocar da grande besteira que fez. Não pega nada, em um momento ou outro, esse tipo de coisa está fadado a acontecer ao menos uma vez com todo mundo. Más ideias às vezes se disfarçam em pacotes atraentes.

Mas pelo menos disso saiu algo de bom, como este episódio que você pode ler agora. E antes que você pergunte: não, ele nunca comprou um saco de feijões mágicos. Até onde eu saiba.

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