sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Os filmes da DC – Parte I


As adaptações cinematográficas de histórias em quadrinhos ultimamente são algumas das produções mais rentáveis de Hollywood. E também viraram uma febre, que anos antes, com apenas algumas esparsas produções aqui e ali, parecia ser impensável. Como um apreciador das HQs e de grande parte dos filmes que as adaptam, resolvi fazer um apanhado geral das adaptações das obras das duas grandes editoras dos EUA, Marvel e DC Comics.

Começo com os filmes baseados em trabalhos publicados pela DC simplesmente porque é minha editora favorita, afinal, até onde eu saiba, esse ainda é o meu blog. A outra regra é que só entram na lista filmes feitos a partir deste boom de adaptações, que no meu entender começou com o lançamento de Blade, da editora rival, em 1998.

Todos os filmes que vieram antes disso (e a DC, especialmente, tem um monte) não entram na lista. Mas isso pode acabar virando material para uma nova matéria mais pra frente. Por enquanto, vamos à primeira parte.


Estrada para Perdição (2002)

Baseado na graphic novel de Max Allan Collins, virou um elegante filme de máfia dirigido por Sam Mendes e estrelado por Tom Hanks, Jude Law e Paul Newman em seu último papel no cinema (depois ele só dublaria um personagem na animação Carros). Moleque descobre que seu pai é um assassino da máfia ao testemunhá-lo em ação e ambos passam a ser perseguidos pelo chefão, que quer eliminar o garoto que viu o que não devia. Bom filme.


A Liga Extraordinária (2003)

Já esta adaptação de um dos melhores trabalhos de Alan Moore serve muito bem como um guia do que não fazer ao transpor uma HQ para as telas. Coisas simples, como não deixar o astro (Sean Connery) mudar a história a seu bel prazer, muito menos deixar seu personagem mais heróico e importante só porque ele é um astro. E também não colocar na mistura um personagem da literatura estadunidense (Tom Sawyer) só pela suposição de que os americanos não iriam ao cinema assistir um filme só com personagens britânicos. O resto do mundo agradece. Uma bomba.


Mulher-Gato (2004)

Esse consegue a proeza de ser pior ainda. Da personagem dos quadrinhos só sobrou o codinome, todo o resto foi horrivelmente alterado numa produção completamente vergonha alheia. Nada se salva, desde os defeitos especiais de videogame das antigas, até o figurino de sex shop da personagem. Onde todos os envolvidos, incluindo Halle Berry, que devia ter se contentado a interpretar a Tempestade dos X-Men, estavam com a cabeça? O melhor a fazer é esquecer que isso existe.


Batman Begins (2005)

Após Joel Schumacher afundar a franquia com Batman & Robin, a DC/Warner decide levantar novamente a série do Homem-Morcego e consegue seu primeiro grande acerto, que atende pelo nome do diretor Christopher Nolan. Sua grande sacada? Em primeiro lugar, realmente contar uma história focada no Batman e em sua criação, e não em seus vilões. O segundo, fazer um filme de heróis mais realista, o que casou muito bem com o tom do personagem. Foi o início da trilogia de filmes mais bem sucedida da editora/estúdio. Leia minha resenha sobre o filme aqui.


Marcas da Violência (2005)

Pouca gente sabe que este excelente filme de David Cronenberg é baseado numa graphic novel de John Wagner e Vince Locke. A história de um pacato dono de lanchonete numa cidadezinha interiorana que reage a um assalto, vira celebridade local e acaba atraindo a atenção indesejada de um mafioso, que pode ou não estar confundindo-o com outra pessoa. Um dos melhores filmes dessa lista, com elenco afiado (destaque para o protagonista Viggo Mortensen, que depois faria outros dois filmes com o diretor) e muitas surpresas. Obrigatório.


Constantine (2005)

Este ocultista do selo adulto Vertigo tem uma boa base de fãs, que ficou irada com as mudanças sofridas pelo personagem em sua adaptação cinematográfica. De inglês loiro passou a estadunidense moreno, fora outras liberdades, como armas em forma de cruz que não existem nos quadrinhos. Eu não conheço bem o personagem, por isso não fiquei bravo com as mudanças e gostei bastante do filme. Uma aventura despretensiosa e muito divertida, acabou sendo uma boa surpresa. Mas claro, se respeitassem a fonte, poderia até ser ainda melhor. Assistido sem a ranhetice fanboy, cumpre seu papel.


V de Vingança (2005)

Um dos grandes trabalhos de Alan Moore ganha sua versão na tela grande, para desespero do autor, que abomina qualquer adaptação de sua obra. Com supervisão e roteiro dos irmãos Wachowski, e direção estilosa do pupilo James McTeigue, a adaptação foi tratada com carinho e rendeu mais um ótimo filme. Leia aqui minha resenha completa.


Superman – O Retorno (2006)

Gostei muito desse filme, mas devo admitir que essa sequência bastante tardia do Superman de Richard Donner (e que também leva em conta os fatos de Superman II) foi o filme errado na hora errada. O momento era para reapresentar o personagem e começar uma nova história, não retomar uma versão já há muito desatualizada do herói. As críticas foram variadas, sendo a principal reclamação a falta de ação, e o longa não rendeu o esperado, causando o que devia ter sido feito desde o início, um reboot com estreia para ano que vem dirigido por Zack Snyder e produzido por Christopher Nolan. Leia aqui a resenha.

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