quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O que aconteceu com Tony Scott?


Tony Scott se matou pulando de uma ponte nos arredores de Los Angeles no último dia 19. Ele tinha 68 anos, esposa, filhos e uma carreira no cinema cheia de sucessos de bilheteria, ainda que não exatamente de crítica. Ah, sim, ele também tinha um irmão muito mais fodão, mas já tratei disso no texto linkado.

Ele deixou cartas em seu carro e casa para família e amigos, mas o conteúdo não foi divulgado. Rumores dizem que ele tinha um tumor inoperável, o que explica o cara cometer suicídio a essa altura do campeonato. Sua esposa, contudo, nega a informação, que só será confirmada ou refutada quando sair o resultado da autópsia, nas próximas semanas.

Por mais triste e surpreendente que seja sua morte, é inegável que ele deixou sua marca em Hollywood, mas devo dizer que não sentirei sua ausência. Nunca fui fã do cara, e, contudo, assisti praticamente tudo que ele dirigiu.

Top Gun – Ases Indomáveis, seu maior sucesso, era muito legal para a época, verdade. Mas por acaso vi um pedaço do filme de novo outro dia e ele envelheceu mal. Esqueça a propaganda pró força aérea/marinha dos EUA ou o contexto homoerótico tão bem apontado por Quentin Tarantino, o grande problema é que esse negócio é cafona demais. Música, diálogos, narrativa, é tudo de uma breguice sem tamanho.

Mesmo seu filme mais elogiado pela crítica, o cult Fome de Viver, eu não gostei. Assisti pela primeira vez alguns meses atrás. Já tinha ouvido falar tanto dele que esperava algo realmente bom, encontrei apenas forma sem conteúdo. Chato.

Tudo bem, Um Tira da Pesada II é bom, um clássico da Sessão da Tarde. Dias de Trovão (o Top Gun com rodas) e O Último Boy Scout podem ser bem apreciados ao se desligar o cérebro, mas o saldo, no fim das contas, é mesmo negativo.

Caramba, não consegui gostar nem de Amor à Queima-Roupa, cujo roteiro é do Tarantino! E o que dizer de Domino – A Caçadora de Recompensas? Talvez o exemplo mais claro de sua estética frenética. A edição desse filme é tão picotada, os planos são tão vertiginosos, as cores tão saturadas, que esse negócio quase me causou convulsões. Não aguentando mais de dor de cabeça e a um passo de ter um surto epilético, simplesmente não consegui terminar de ver o filme. Fui compelido a mudar de canal.

Nos últimos tempos, vinha fazendo uma série de filmes de ação bem medianos estrelados por Denzel Washington, seu mais frequente colaborador. Até resenhei um deles, O Sequestro do Metrô 1 2 3, de 2009 (leia aqui). Seu último filme, Incontrolável, de 2010, também faz parte dessa safra.

Como disse, não sentirei falta dele baseado em sua obra, mas é uma grande pena que tenha morrido. Quem sabe ele ainda pudesse surpreender em sua próxima produção? Agora nunca saberemos, assim como ainda não sabemos o que aconteceu com ele. Trágico.

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