terça-feira, 30 de outubro de 2012

Falsos documentários: Parte III – A Bruxa de Blair


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(The Blair Witch Project, EUA, 1999)
86min
Direção e roteiro: Daniel Myrick e Eduardo Sánchez

Em outubro de 1994 três estudantes de cinema desapareceram na floresta perto de Burkittesville, Maryland, enquanto filmavam um documentário. Um ano depois, o filme foi encontrado. Com essa premissa, os dois diretores estreantes (Daniel Myrick e Eduardo Sánchez) enganaram muita gente, fazendo as pessoas acreditarem que os três estudantes realmente haviam desaparecido, e que o material que seria assistido pelos espectadores era verdadeiro.

Na verdade, foi um jeito bem criativo de promover o filme independente mais rentável da história. O longa custou aproximadamente 35.000 dólares, sem incluir a pós-produção, e arrecadou cerca de 140 milhões de dólares só nos EUA. 

Os diretores espalhavam cartazes pelas sessões do filme com as fotos dos atores, dizendo que estavam desaparecidos. Além disso, utilizaram-se da internet para espalhar o mito da bruxa de Blair como real, enganando muitas pessoas que entravam no site oficial do filme. Uma rede de TV americana chegou a fazer um documentário sobre o mito da bruxa de Blair achando que fosse real. Além dessa rede, vários jornais e revistas caíram no truque, noticiando os fatos ocorridos no filme como verdadeiros.

Assim, a película que havia estreado em poucas salas do circuito underground, logo pulou para a exibição nos multiplexes, angariando uma multidão de espectadores que queriam conferir o filme que gerou tanta polêmica.

E a pequena cidade de Burkittesville acabou sendo invadida por fãs do longa, curiosos e pessoas desavisadas do caráter ficcional da história. Essa invasão foi retratada no início de A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras (Book of Shadows: Blair Witch 2), continuação que não possui o caráter documental, sendo muito inferior ao primeiro, e por isso, foi um fracasso nas bilheterias. 

O filme foi realizado em Super 16 mm e depois ampliado para 35 mm. Além disso, foi usada uma câmera mini-DV que teria o propósito de filmar um making of do projeto. As imagens em Super 16 e em digital foram intercaladas na edição pelos diretores para dar mais dinamismo ao filme. Como consequência, existem horas de material inédito, que estão presentes na edição americana do DVD.

Os três atores filmaram eles mesmos praticamente tudo, portanto, temos o uso de câmera na mão. Além disso, deveriam entrevistar moradores da cidade que, sem que os três soubessem, haviam sido instruídos pelos diretores a darem as respostas certas para que as reações dos atores fossem as mais verdadeiras possíveis.

A partir do momento em que eles se perdem na floresta, praticamente todas as falas são improvisadas, e muitos dos fatos que acontecem com eles, como os barulhos estranhos à noite, foram provocados pelos diretores sem que eles soubessem. Assim, o medo deles se torna extremamente realista, o que ajudou as pessoas a acreditarem que se tratava de uma história real.

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