terça-feira, 3 de julho de 2012

Vida e Obra de um Ninguém – Episódio 4


O episódio dessa semana foi inspirado pela exótica fauna de cachaceiros encontrada em botecos do interior. Tem de tudo: o bom ouvinte; o que só ouve pra filar uma rodada grátis; o brigão; o que se acha valente, mas afina quando a coisa aperta; o pedinte. Alguns entraram na história, outros ficaram de fora. Algumas situações são reais, outras inventadas (como é de praxe nessa série).

Me lembro que quando era pequeno, havia um pé de cana notório no bairro onde minha tia morava numa cidade do interior de São Paulo (eu sempre a visitava nas férias da escola). Daqueles de andar por aí tropeçando na própria sombra, conversando com homens invisíveis e caindo pelas sarjetas. Eu perguntava pra minha família qual era o problema dele, no que me respondiam: “ele bebe”. Em minha inocente cabeça de menino novo, pensava: se a bebida faz isso, por que o desgraçado continua a beber? Alcoolismo e beber recreativamente eram conceitos alienígenas para aquele tenro garoto.

O sujeito era conhecido por um apelido distinto, o qual não consigo me lembrar de jeito nenhum. Isso faz tempo pra caramba (eras, poderia se dizer) e, a essa altura, se o figura continuou na mesma toada, já deve ter empacotado há tempos. Taí, vou perguntar pra minha tia.

Seja como for, esse episódio é em homenagem a esse célebre pinguço. Saúde. E não esqueça o do santo!

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