segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Carnaval cinematográfico


Hora de retomar as atividades normais do blog após um pequeno hiato carnavalesco, afinal, também mereço uns dias de pura preguiça e nada para fazer. Aproveitei o período de folga não para acompanhar desfiles de escola de samba (o dia que eu fizer isso, tenha certeza que perdi minha sanidade), mas para assistir alguns filmes, todos eles estreias recentes.

A maioria deles está concorrendo a algum Oscar. Não tinha muito como fugir disso, é coisa do período. Estamos em plena temporada de lançamento dos famigerados Oscarizáveis. Abaixo faço minha pequena avaliação sobre cada uma das películas que assisti na última semana.



J. Edgar: a cinebiografia de J. Edgar Hoover, o diretor-geral do FBI por quase 50 anos está longe de ser o melhor dos trabalhos de Clint Eastwood, mas até que é interessante por mostrar a gênese da instituição e como o medo é usado para justificar qualquer coisa, assunto tão caro aos EUA. Um filme mediano, onde Eastwood continua um diretor muito elegante em suas composições de planos. Mas o assunto abordado acaba não sendo muito atraente para nós brasileiros, no fim das contas. Mais recomendado a quem curte História dos EUA.


Tão Forte e Tão Perto: esse eu estava bem curioso para assistir porque é baseado no livro Extremamente Alto e Incrivelmente Perto, de Jonathan Safran Foer, que é excelente. É difícil uma adaptação cinematográfica superar a fonte original, e desta vez não foi diferente. No entanto, tinha medo que acabasse virando um draminha açucarado (a presença de Tom Hanks e Sandra Bullock no elenco levavam a crer que poderia acontecer) e também não foi o caso. Fizeram um trabalho OK de adaptação, cortando o que dava para cortar do romance e adaptando algumas outras situações. Contudo, cometeram alguns erros, principalmente na escolha do menino protagonista, que a meu ver é velho demais para o papel e bastante irregular em sua atuação. Virou um filminho simpático, mas no fim das contas, se tiver que escolher, prefira o livro.


A Invenção de Hugo Cabret: começa um pouco devagar, mas depois engrena e ganha muita força. Não sou muito fã de filmes infantis, mas não tem como não gostar deste exemplar. Martin Scorsese, um notório cinéfilo, presta aqui mais uma grande homenagem ao cinema e a uma importante figura de seus primórdios, Georges Mélies. Não há como não se emocionar, principalmente com a recriação e os bastidores das cenas dos curtas de Mélies. O legal é que o filme, alardeado como a primeira incursão de Scorsese pelo 3D, se sustenta perfeitamente sem ele, pois como eu não gosto dessa onda nefasta, assisti em 2D mesmo. Ótimo filme.


Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança: superior ao primeiro filme (o que não é nenhuma façanha), mas por pouco. Tem cenas de ação estilosas, mas não memoráveis, o visual do Motoqueiro ficou melhor e mais detalhado e Nicolas Cage está oficialmente biruta, afinal, só isso para explicar sua atuação muito além do histriônico. Confesso que fui ver menos por vontade e mais por “obrigação nerd”. Assistível, mas completamente desnecessário.


As Aventuras de Tintim: é, não tem jeito, eu realmente não vou com a cara da tal de performance capture. Não é live action, não é animação, não é nada. Personagens se movem de maneira esquisita, objetos parecem não ter peso, não me convence nem para lá nem para cá. Tentei assistir com a mente aberta, não deu. Esquemático, sem emoção e sem surpresas. Não conheço os quadrinhos, então não posso nem avaliar se ao menos os adaptaram direitinho. E pensar que agora é a vez de Peter Jackson dirigir uma dessas tranqueiras... 


A Mulher de Preto: é a aposta da recém ressuscitada Hammer (famosa produtora inglesa de filmes de terror) para recuperar as glórias passadas. Infelizmente não vai ser com esse exemplar. Uma história de fantasmas cheia dos clichês do gênero e de sustos fáceis, causados pela trilha sonora dando picos quando animais saem de trás das portas e por aí vai. A ambientação até que é bem construída, com uma cenografia bonita, mas não há nada que já não tenhamos visto antes em uma centena de películas similares. Muito fraco.


Cavalo de Guerra: dois filmes ruins seguidos, Sr. Spielberg. Esse aqui é vergonhoso. Piegas até a medula. Você sabe que um cara chegou no fundo do poço quando faz um “filme de bichinho”. Nada como o amor de um homem por seu cavalo... Spielberg tinha muito crédito, afinal, seu nome é sinônimo de cinema de entretenimento. Nem vou me dar ao luxo de citar todos os seus clássicos. Digo apenas que, depois desse Cavalo de Guerra, seu crédito acabou.

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