Não gosto de resoluções de ano novo, acho uma bobagem porque nunca cumpro. E será que alguém realmente cumpre? Contudo, no espírito do exercício literário,vale a pena projetar algumas metas. Mas antes, um balanço do ano que passou:
Foi tranquilo. Até demais pro meu gosto, mas acho que não tinha muito como ser diferente. Com o Espaços Desabitados lançado, precisava do tempo para divulgá-lo, tentar colocá-lo no mercado, ver se virava alguma coisa. É óbvio que esse primeiro livro de um cara que ninguém conhece provavelmente não chegaria a lugar nenhum.
Como meu amigo Borges diz: é boi de piranha. Bucha de canhão, soldado raso. É mandado na frente pra ver o que acontece. Em suma, não valia a pena lançar nada enquanto o Espaços não terminasse de cumprir seu ciclo de vida. Ainda não terminou. Aliás, uma das metas deste ano é dar uma acelerada nisso. Ou ele ganha a guerra numa campanha milagrosa ou volta de vez pra casa num caixão. De qualquer forma, seja qual for o resultado, já merece uma medalha por honra ao mérito.
Mas mesmo com o Espaços ainda batalhando por seu lugar ao sol, já dá pra pelo menos começar a pensar no próximo, que por sinal já está escrito faz tempo. Pensar em coisas práticas como revisão, edição, diagramação, capa, em quanto morre e por aí vai. O básico. Só pra dar aquela agitada inicial. Se será lançado este ano ou ano que vem, ainda não sei e não depende só de mim. Seja como for, sem pressa nesse departamento porque esse trabalho é um dos meus xodós. Nada de precipitações com ele.
O Capangas Contratados continuará sendo publicado semanalmente e devo dizer que está tendo um número de leitores acima das minhas expectativas. Nada astronômico, mas bem acima da minha projeção costumeiramente pessimista. O suficiente pra me deixar animado e com uma dúvida boa. Ainda não sei se farei uma segunda temporada. Preciso pensar um pouco mais. Mas caso opte por continuar, já tenho algumas ideias para novos episódios. Isto, no entanto, é algo a ser decidido relativamente rápido.
Ano passado escrevi dois romances antes de ser acometido por um combinado irritante de bloqueio de escritor, pura preguiça e rigor excessivo com novas ideias. Quero voltar à velha forma, retomar a rotina criativa, mesmo que seja pra jogar o texto no fundo da gaveta e esquecê-lo lá, mas ao menos será um texto completo, com princípio, meio e fim e não apenas uma ideia meio começada e cuspida na sarjeta.
Tenho dois objetivos principais nesse quesito para começar o mais breve possível. O primeiro é reescrever totalmente um dos romances do ano passado, cujo resultado final não me agradou nem um pouco. Recomeçar do zero, não utilizar nenhum parágrafo da versão antiga. No máximo manter um pouco da estrutura e alguns elementos da história. De resto, tratar como se fosse novo. Provavelmente é isso que devo começar a fazer nas próximas semanas. Já está mais claro na minha cabeça o quê e como devo fazer para deixar essa história do jeito que quero.
O outro é material inédito. Um novo romance tirado do nada. Tive uma ideia que creio que vale a pena explorar, acho que dá caldo. Meu medo é ser mais uma da longa série “coisas que não interessam a ninguém além de mim”. Fora essa preocupação, acho que ainda precisa maturar um pouco mais. Talvez seja medo e preguiça que me impede de começar por ela. Provavelmente é. Mas foda-se, no momento eu preciso mais é recuperar minha rotina do que brincar com a novidade.
Então está decidido. Será reescrever aquele romance. Eis a primeira das ações dessa resolução de ano novo. Até que tem bastante coisa para os próximos 12 meses se eu quiser cumprir as metas. Melhor sentar a bunda na cadeira e começar.
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